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terça-feira, 14 de outubro de 2008

Bestiário 5



Sendo tudo como é: uma farsa

sendo a mais pura imaginação

havendo ou não havendo comparsa

baste o poema da consumação

que o verso sublinhe o desejo

que o poema sublime o refúgio

que movimenta ou dá ensejo

ao puro ser e seu subterfúgio.

Ter medo de nossa fantasia

medo de que não seja verdade

o amor que se está praticando

medo de ser apenas poesia

de encobrir apenas a maldade

de estar só e apenas sonhando.





Poema de Antonio Miranda

Ilus. de Carmen Fulle

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