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sexta-feira, 10 de abril de 2009

Se Tudo quanto Existe...




Se tudo quanto existe
é lenta evolução,
longa transformação
sem Deus e sem mistério;
se tudo no Universo tem sentido
sem o sopro divino;
se o segredo da vida, a criação,
se explica pela ciência,
e a corrente vital
é também consequência;
se a humana consciência
é simples equação...
— que significa a vocação do eterno,
que quer dizer a aspiração do Céu
e o terror do inferno?

E se acaso é o instinto a lei da vida,
se a verdade
é só necessidade
inexorável, lenta, laboriosa,

que sábia explicação
tem esta frágil, esta inútil rosa?

Fernanda de Castro, in "Asa do Espaço"

3 comentários:

r disse...

Há coisas inúteis e coisas úteis. As coisas úteis servem para desenrascar isto ou aquilo...
a rosa é inútil e a sua grandeza radica, exactamente, nessa inutilidade.

Etc e tal.

Bem sei que percebe, sobre a inutilidade das coisas e das rosas também.

Anónimo disse...

EU NÃO ACHO MEU AMIGO, QUE A ROSA SEJA UMA COISA INUTIL.-----IMAGINE QUE O MEU AMIGO TINHA TIDO UMA DISCUÇÃO MAIS ANIMADA COM UMA AMIGA, Ó QUEM SABE, A AMADA!...SE FICAR NO SILENCIO, COM TODA A CERTEZA QUE O TEMPO SE VAI ENCARREGAR DE PÔR AS COISAS NO LUGAR, MAS DEPOIS DE TER SAIDO PARA DAR UMA VOLTA NEM QUE SEJA À CONSCIENCIA, E VOLTAR COM UMA SIMPLES ROSA NA MÃO, NÃO É PRECISO MAIS NADA, POIS A ROSA COM ESPINHOS OU SEM ELES, VARREU AS AREIAS TODAS DAQUELE MOMENTO MENOS BOM. UM ABRAÇO-----DE COIMBRA.

r disse...

Exactamente, por isso é inútil.
Bom, mas cada um pensa o que bem entender sobre a utilidade e intulidade das coisas deste e dos outros mundos.