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segunda-feira, 15 de junho de 2009

Eu Sou do Tamanho do que Vejo .




Da minha aldeia veio quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.

Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.

Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema VII"
Heterónimo de Fernando Pessoa

4 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
conduarte disse...

Esse poema é maravilhoso! Adoro Fernando Pessoa e seus heterônimos, muito bom,,, e será que ele também precisa do silêncio para escrever?
Ah, acredito que sim...

Um beijo e obrigada por sua visita, linda!
CON

Anónimo disse...

Engraçado,na resposta q.dei aos Amigos brasileiros,que já tive o prazer de conhecer,falava de Camões
e tu falaste de Pessoa.
Dois gigantes da Literatura...
Beijo.
isa.

angela disse...

Não há um poema de Fernando Pessoa que não nos fale direto na alma.
Obrigada pela visita e pelo verso tão lindo.
Beijos