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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Uma Mulher sem Areia Nenhuma .




Tenho o santo horror da frieza calculada, da boa educação, do prudente juízo duma mulher. Aos homens pertence tudo isso, e a mulher deve ser muito feminina, muito espontânea, muito cheia de pequeninos nadas que encantem e que embalem. Meu amigo, se esperas ter uma mulher sem areia nenhuma, morres de aborrecimento e de frio ao pé dela e não será com certeza ao pé de mim... Comigo hás-de ter sempre que pensar e que fazer. Hás-de rir das minhas tolices, hás-de ralhar quando elas passarem a disparates (hão-de ser pequeninos...) e hás-de gostar mais de mim assim, do que se eu fosse a própria deusa Minerva com todo o juízo que todos os deuses lhe deram.

Florbela Espanca, in "Correspondência (1920)"

4 comentários:

Glorinha L de Lion disse...

Ui, sou cheia de areia...
Beijos.

Essência e Palavras disse...

Gosto muito de ler Flor Bela...
Parabens pela escolha.

Maravilhosa.

Um beejo ta. Boa semana...

Graça Pereira disse...

Concordo com Florbela. Não gosto nada da mulher standarizada: manequim (ou deusa) dos pés à cabeça...É possível que, de ínicio, atraiam os olhares ...mas depois, estas mulheres cansam. Naturalidade, alegria e bom humor, são virtudes que encantam toda a gente.
Beijo
Graça

Anónimo disse...

E assim o Poeta diz tudo!
Vivam as Mulheres!
Beijo.
isa.