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sexta-feira, 2 de abril de 2010

A Minha Hora




Que horas são? O meu relógio está parado,
Há quanto tempo!...
Que pena o meu relógio estar parado
E eu não poder marcar esta hora extraordinária!
Hora em que o sonho ascende, lento, muito lento,
Hora som de violino a expirar... Hora vária,
Hora sombra alongada de convento...

Hora feita de nostalgia
Dos degredados...
Hora dos abandonados
E dos que o tédio abate sem cessar...
Hora dos que nunca tiveram alegria,
Hora dos que cismam noite e dia,
Hora dos que morrem sem amar...

Hora em que os doentes de corpo e alma,
Pedem ao Senhor para os sarar...
Hora de febre e de calma,
Hora em que morre o sol e nasce o luar...
Hora em que os pinheiros pela encosta acima,
São monges a rezar...

Hora irmã da caridade
Que dá remédio aos que o não têm...
Hora saudade...
Hora dos Pedro Sem...
Hora dos que choram por não ter vivido,
Hora dos que vivem a chorar alguém...

Hora dos que têm um sonho águia mas... ai!
Águia sem asas para voar...
Hora dos que não têm mãe nem pai
E dos que não têm um berço p'ra embalar...
Hora dos que passam por este mundo,
De olhos fechados, a sonhar...

Hora de sonhos... A minha hora
- 'Stertor's de sol, vagidos de luar -
Mas... ai! a lua lá vem agora...
- Senhora lua, minha senhora,
Mais um minuto para a minha hora,
Mais um minuto para sonhar...

Saúl Dias, in "Dispersos (Primeiros Poemas)"

10 comentários:

angela disse...

Que horas tristes!
Lindo, gostei muito.
beijos

Jorge disse...

A nostalgia é um estado de alma inspirador dos poetas, e este poema é maravilhoso.
Feliz Páscoa.

Feiticeira disse...

Olá

Desculpa a demora em vir retribuir sua visita, mas aki estou para conhecer teu espaço.
Achei muito interessante e voltarei outras vezes se for convidada
Agora quero lhe desejar Feliz Páscoa e um ótimo final de semana

Bjs

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Manuel
Maravilhoso poema, embora nostálgico, lindo.
desejo-te uma Páscoa feliz, junto de todos que te são queridos.

Beijinhos
Sonhadora

Anónimo disse...

Querido Manuel,
Saudades poéticas... (risos).
Agradeço sua visita e palavras...
Fiquei muito feliz!
Desde já lhe peço desculpas em vir agora retribuir sua visita, pois estava com muitos afazeres (risos).
Porém você e todos os nossos queridos amigos, sempre estão presentes na minha mente.
Bem, mudando de assunto... (risos).
Adorei este magnífico poema, versos fantásticos.
Deus abençoe você, e seus entes queridos.
Beijos de chocolates!! (risos).
Feliz páscoa!!!
Com carinho,
Cely, amiga e fã do seu belo blog.
Muito obrigada!

Rosan disse...

oi Manuel.
lindo poema,
minha hora de sonhar,
minha hora de vive,
minha hora de estar por aqui,
minha hora de dizer que gosto de te visitar,
minha hora de te dizer muito obrigada.
minha hora de dizer FELIZ PASCOA.
minha hora de dizer...beijos.

Anónimo disse...

Manuel,
Belo Poema.
E nessa época, os sentimentos nostálgicos nos invadem e reclamam a hora da ressurreição da vida e ressuscitação do amor em toda sua plenitude.

Desejo a ti, meu anjo, uma Páscoa de muita luz e chuvas de bençãos.

Beijos

Denise disse...

Tão nostálgico esse tempo de introspecção...mas um suave toque de despertar, a si e aos demais.

Beijos

lua prateada disse...

Quão lindo Manuel, quando digo lindo não é por todo esse sofrimento mas pela forma tão nítida e real que o expões. Acho que só mesmo quem sabe do que estás a falar entende na sua ecênssencia do quão enorme é esse sofrimento...
Mas por vezes e muitas é ele que faz de nós uns escritores escrevendo palavras ao vento e...não ao vento ...a alguém que está por detraz do écran e que ao expormos temos a esperança que alguem nos entenda um poco...a solidão o sofrimento acalentam assim um pouco...quanta coisa poderia aqui escrever...
Por agora apenas te deixo o desejo de uma maravilhosa Páscoa e lembra ELE (por mais que muitas vezes não pareça...) está sempre connosco...
Obrigada pela tua visita amigo..

Beijinho de prata

SOL

Dalva M. Ferreira disse...

Pois eu voltarei, ainda que não me convidem! (um abraço)