Seguidores

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Assédio sexual.


Toda a gente se queixa de assédio sexual no local de trabalho. Ou isto começa a ser verdade ou então despeço-me...

Ondas!


A ONDA


a onda anda
aonde anda
a onda?
a onda ainda
ainda onda
ainda anda
aonde?
aonde?
a onda a onda
Manuel Bandeira
A Estrela da Tarde
(1963)

domingo, 20 de julho de 2008

Ode ao Amor.


"O Amor é a memória que o tempo não mata,
a canção bem-amada, feliz e absurda...
É a música inaudível...
O silêncio que treme e parece ocupar o coração
que freme quando a melodia do canto de
um pássaro parece ficar..."

- Vinícius de Moraes -

Sonhos!


A sabedoria suprema é ter sonhos bastante grandes para não se perderem de vista enquanto os perseguimos

Santo António.


Azulejos de Constância

Beatriz e o Mouro.



Em tempos que já lá vão, em que a Península Ibérica estava dividida entre os mouros e os descendentes dos visigodos, nasceu uma lenda de um amor destinado a ser impossível. Vivia então no Castelo de Almourol um nobre godo, de seu nome D. Ramiro, com a sua mulher e uma filha única chamada Beatriz. D. Ramiro era um chefe guerreiro que travava frequentes batalhas contra os mouros, tendo fama de impiedoso e cruel. Um dia voltava das sua guerras quando já próximo do seu castelo avistou duas belas mouras, mãe e filha, transportando água numa bilha. O nobre godo parou o seu cavalo e pediu-lhes de beber mas as mouras assustaram-se e deixaram cair a bilha de água que se partiu. O impaciente D. Ramiro ficou cheio de raiva e logo ali as matou com a sua lança, mas antes de morrer a moura mais jovem amaldiçoou o cavaleiro cristão e toda a sua descendência. Aos gritos de morte das mouras, acorreu um rapaz de onze anos, filho e irmão das infelizes, que ficou estarrecido perante o terrível e inevitável sucedido. D. Ramiro levou o jovem mouro como escravo para o castelo e pô-lo ao serviço de sua filha Beatriz. O mouro jurou vingar-se da morte das mulheres da sua família e, passados alguns anos, a mulher de D. Ramiro morreu envenenada, cumprindo-se assim a primeira parte da vingança. D. Ramiro, cheio de desgosto, resolveu ir combater os infiéis deixando Beatriz à guarda do mouro que não conseguiu cumprir a segunda parte da sua jura. Na verdade, Beatriz e o mouro apaixonaram-se perdidamente. Mas um dia D. Ramiro voltou ao seu castelo acompanhado pelo pretendente a quem tinha concedido a mão da sua filha. O apaixonado mouro preferia morrer a perder a sua Beatriz e contou-lhe a história da sua desgraça e as juras de vingança. Não se sabe muito bem o que se passou depois mas decerto que Beatriz lhe perdoou. A lenda conta que Beatriz e o mouro desapareceram como que por encanto e que D. Ramiro morreu pouco depois cheio de remorsos. Diz quem sabe, que no dia de S. João as almas do mouro e de Beatriz ainda hoje aparecem na torre do castelo, e que D. Ramiro, rojado a seus pés, pede eterno perdão pelos seus crimes.

Saudosismo,será ?



Hoje acordei com ganas de ouvir Pink Floyd.

Albarde-se o burro á vontade do dono.

sábado, 19 de julho de 2008

Painel.


Azulejos de Constância.

Amor Português.

Saudade.


Saudade é solidão acompanhada, é quando o amor ainda não foi embora, mas o amado já…Saudade é amar um passado que ainda não passou, é recusar um presente que nos machuca, é não ver o futuro que nos convida…Saudade é sentir que existe o que não existe mais…Saudade é o inferno dos que perderam, é a dor dos que ficaram para trás, é o gosto de morte na boca dos que continuam…Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade: aquela que nunca amou.E esse é o maior dos sofrimentos: não ter por quem sentir saudades, passar pela vida e não viver. O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
Pablo Neruda

Vida difícil!




Enquanto não aceitarmos que a vida é difícil, e isso não é mau, não só não arranjamos estratégias e calma para vencer as dificuldades, como as aumentamos e arranjamos uma dificuldade maior. O que torna a vida ainda mais difícil do que é na realidade é pensar que ela devia ser fácil ou que alguém tem direito à facilidade. Mas a vida sem luta não é vida!

in 'Não Há Soluções, Há Caminhos'

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Amantes.



Silêncio.
Finalmente estão sozinhos, sem receios.
Olhares.
Pensamentos fugazes permeiam o ambiente.
Sentimentos.
Excitados pela paixão, ferve-lhes o sangue.
Beijos.
Lábios colados murmuram frases românticas.
Abraços.
Amantes no máximo de sua ternura.
Força.
Suas veias estouram de tanta pressão.
Calor.
Corpos em transe jogados ao chão.
Ação.
Duas almas se amam, dois corpos, nús, se tocam.
Volúpia.
Voraz jogo de sentimentos perturba as emoções.
Potência.
Não há o que dizer, não há o que pensar.
Sensações.
É hora dos prazeres carnais, o amor em sua plenitude.
Energia.
A imensidão do prazer preenche o vácuo do espaço.
Clímax.
Do Céu ao Inferno em segundos.
Gritos.
Gemidos.
Sussurros.
Corpos quentes, lânguidos, rolam pelo chão.
Êxtase.

Silêncio...



( João Luís )

Santa Iria.

Lenda:
Conta a história que na antiga Nabância (Tomar) nasceu Iria, uma bela jovem que desde cedo descobriu a sua vocação religiosa e entrou para um mosteiro. Esta região da Península Ibérica era governada pelo príncipe Castinaldo, cujo filho Britaldo tinha por hábito compor trovas junto da igreja de S. Pedro. Um dia, Britaldo viu Iria e ficou perdidamente apaixonado pela jovem, caindo doente, em estado febril e desesperado. Reclamava a presença da jovem insistentemente e, apesar de lhe dizerem que o seu amor era impossível, insistiu na sua presença. Os pais temendo o pior trouxeram-lhe a jovem que lhe pediu que a esquecesse, porque o seu coração e o seu amor eram de Deus. Britaldo concordou sob a condição de que Iria não pertencesse a mais nenhum homem. Passados tempos, Britaldo ouviu rumores infundados de que a jovem tinha atraiçoado a sua promessa e amava outro homem. Despeitado, seguiu-a num dos seus habituais passeios ao rio Nabão e ali a apunhalou, atirando-a à água. O corpo de Iria foi levado pelas águas até ao Zêzere e daí ao Tejo, vindo a ser encontrado junto da cidade de Scalabis (Santarém), encerrado num belo sepulcro de mármore. O povo rendeu-se ao milagre e a partir de então a cidade passou a chamar-se de Santa Iria e mais tarde Santarém. Cerca de seis séculos mais tarde as águas do Tejo voltaram a abrir-se para revelar o túmulo à rainha D. Isabel, que mandou colocar o padrão que ainda hoje se encontra na Ribeira de Santarém, para que o milagre não fosse esquecido.

Camões.


Azulejos de Constância

Bom fim de semana !


É necessário estar sempre embriagado. Tudo está aí: é a única questão. Para não se sentir o horrível fardo do Tempo que quebranta os vossos ombros e vos curva em direcção à terra, deveis vos embriagar sem trégua. Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, como quiserdes. Mas embriagai-vos.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

conversas vadias III

Constância.

Azulejos de Constância

Os putos


Uma bola de pano, num charco
Um sorriso traquina, um chuto
Na ladeira a correr, um arco
O céu no olhar, dum puto.

Uma fisga que atira a esperança
Um pardal de calções, astuto
E a força de ser criança
Contra a força dum chui, que é bruto.

Parecem bandos de pardais à solta
Os putos, os putos
São como índios, capitães da malta
Os putos, os putos
Mas quando a tarde cai
Vai-se a revolta
Sentam-se ao colo do pai
É a ternura que volta
E ouvem-no a falar do homem novo
São os putos deste povo
A aprenderem a ser homens.

As caricas brilhando na mão
A vontade que salta ao eixo
Um puto que diz que não
Se a porrada vier não deixo

Um berlinde abafado na escola
Um pião na algibeira sem cor
Um puto que pede esmola
Porque a fome lhe abafa a dor.

Ary dos Santos

Supermercados




Os supermercados são os palácios dos pobres. Não são só os azarentos e os mal alojados, os que ao longo das gerações foram reduzindo os gastos da imaginação, que frequentam e, de certo modo, vivem o supermercado, as chamadas grandes superfícies. As grandes superfícies com a sua área iluminada e sempre em festa; a concentração dos prazeres correntes, como a alimentação e a imagem oferecida pelo cinema, satisfazem as pequenas ambições do quotidiano. Não há euforia mas há um sentimento de parentesco face às limitações de cada um. A chuva e o calor são poupados aos passeantes; a comida ligeira confina com a dieta dos adolescentes; há uma emoção própria que paira nas naves das grandes superfícies. São as catedrais da conveniência, dão a ilusão de que o sol quando nasce é para todos e que a cultura e a segurança estão ao alcance das pequenas bolsas. Não há polícia, há uma paz de transeunte que a cidade já não oferece.

Agustina Bessa-Luís, in 'Antes do Degelo'

quarta-feira, 16 de julho de 2008

CMC


Azulejos de Constância.