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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Viajantes.

Sempre que parti fiquei na gare
Olhando, triste, para mim...

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Bestiário 5



Sendo tudo como é: uma farsa

sendo a mais pura imaginação

havendo ou não havendo comparsa

baste o poema da consumação

que o verso sublinhe o desejo

que o poema sublime o refúgio

que movimenta ou dá ensejo

ao puro ser e seu subterfúgio.

Ter medo de nossa fantasia

medo de que não seja verdade

o amor que se está praticando

medo de ser apenas poesia

de encobrir apenas a maldade

de estar só e apenas sonhando.





Poema de Antonio Miranda

Ilus. de Carmen Fulle

hihihihi.

Saudades...


se um dia uma brisa leve e suave tocar no teu rosto, não tenhas medo, é apenas a minha saudade que te beija em silêncio...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

As pessoas de Pessoa.

Desassossego...


O homem não sabe mais do que os outros animais; sabe menos.
Eles sabem o que precisam saber. Nós não.

(Fernando Pessoa)

Chagas de amor.


Chagas de amor"



Esta luz, este fogo que devora.
Esta paisagem gris que me rodeia.
Esta dor por fixar-me numa idéia.
Esta angústia de céu, de mundo, de hora.

Este pranto de sangue que decora
lira já sem vigor, lúbrica teia.
Este peso do mar que me golpeia.
Esta lacraia que em meu peito mora.

São grinaldas de amor, chão de ferido
onde me deito e sonho-te a presença
nas ruínas de meu peito já destruído.

E embora eu aja na maior prudência,
me dá teu coração vale estendido
com cicuta e paixão de amarga ciência.

(Federico Garcia Lorca)

domingo, 12 de outubro de 2008

Além-Tejo.

Corpo noturno.



No suor do teu corpo

que galopa,

sou teu cavalo.

Penetro o fogo

entre tuas patas.

Falo

de amor.


Quero arder

no ventre da noite.

Queimar o poço

em chamas de desejos.

Ferir-te com

minha tocha de fogo

e sentir o gosto

de teus gemidos.


Entre rosas, flor ferida.

Sou teu espinho,

mancha,

vermelho,

em teu lençol de lírio.


(Geraldo Coelho Vaz.)

Amor de perdição.


Relendo Camilo Castelo Branco.

Obra emblemática do Romantismo português, Amor de Perdição conta-nos a história de Simão Botelho e Teresa de Albuquerque, dois jovens que pertencem a famílias distintas de Viseu. Entre ambos nasce um amor que são obrigados a calar pois as suas famílias são rivais e tudo farão para os separar. Mas os amantes acabarão por mostrar através do mais dramático dos actos, que nada, nunca, destruiráo sentimento que os une.

Camilo Castelo Branco, primeiro visconde de Correia Botelho, nasceu em 1825 e morreu em 1890. Romancista, cronista, crítico, dramaturgo, historiador, poeta, tradutor, é um dos expoentes máximos do Romantismo em Portugal. Teve uma vida atribulada, passional e impulsiva; uma vida tipicamente romântica, que serviu de inspiração a alguns dos seus livros.
Foi o primeiro escritor de língua portuguesa a viver exclusivamente da sua produção literária, que se traduziu em mais de duzentos e sessenta escritos, produtividade que nunca prejudicou o apuro ou a dimensão da sua obra, de referência na literatura portuguesa. A intensidade com que pautou a sua vida acompanhou-o até à morte, causada pela sua própria mão quando, em desespero devido a uma cegueira progressiva, desfere um fatal tiro de revólver na têmpora direita.

sábado, 11 de outubro de 2008

Embebede-se...


Se um homem escreve bem só quando está bêbado, dir-lhe-ei: embebede-se. E se ele me disser que o seu fígado sofre com isso respondo: o que é o seu fígado? É uma coisa morta que vive enquanto você vive, e os poemas que escrever vivem sem enquanto.

(Fernando Pessoa)

O fugir da fuga


Um pouco de Drummond ao avesso...


Havia e há
Pedras e caminhos,
Caminhos e pedras.

Tentar trincar a pedra,
Com os olhos apenas,
Fustiga-me as retinas.

Fazer a pedra caminhar comigo
É presumir-me pedra caminhante.

Vou tirar a pedra do sapato,
Pôr os pés no chão...
E, com meu grão de mostarda,
Descobrir
Que há um caminho no meio da pedra,
No meio da pedra há um caminho.

Caminhos.



"Que o caminho se faz entre o alvo e a seta..."

( PA.)

Cartas de amor.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Boa noite e...

Bestiário 4.




Nestes versos de pés quebrados

de um amor assim sem beira

nem eira, por alguns trocados

é-se capaz de qualquer besteira:



de dianteira ou mesmo por detrás

por encima ou até por debaixo

corresponde e é sempre eficaz

rapaz! Isso é coisa de macho!



De quem cumpre o que promete

• performance de profissional!

em que tudo isso se repete



com cada freguês satisfeito:

vai-se ao orgasmo mais funcional

para garantir o sagrado direito.



Poema de Antonio Miranda

Como dizia o poeta.

1º Encontro de Música Popular ;



Organizado pelo Grupo de Música e Cantares Tradicionais Emoções, da União Jazz Malpiquense, o 1º Encontro de Música Popular, vai decorrer no Cine-Teatro Municipal de Constância, no próximo domingo, 12 de Outubro, às 18 horas.

O Grupo de Cantares Os Maçaenses, o Grupo de Cantares Musical Amendoense, a Bela Serrana e o Grupo de Música e Cantares Tradicionais Emoções, são os quatro agrupamentos que vão integrar o encontro musical, o qual terá Reinaldo Ramos como Director Musical.

O 1º Encontro de Música Popular conta com os apoios da Câmara Municipal de Constância, da Junta de Freguesia de Montalvo e da Rádio Tágide.
Por CMC

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"




Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer nao gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassosegos grandes.

Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podiamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.

Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento -
Este momento em que sossegadamente nao cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.

Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-as de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.

E se antes do que eu levares o o'bolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.

Ricardo Reis.

Escreve-me...



Escreve-me! Ainda que seja só
Uma palavra, uma palavra apenas,
Suave como o teu nome e casta
Como um perfume casto d'açucenas!


Escreve-me!Há tanto,há tanto tempo
Que te não vejo, amor!Meu coração
Morreu já,e no mundo aos pobres mortos
Ninguém nega uma frase d'oração!


"Amo-te!"Cinco letras pequeninas,
Folhas leves e tenras de boninas,
Um poema d'amor e felicidade!


Não queres mandar-me esta palavra apenas?
Olha, manda então...brandas...serenas...
Cinco pétalas roxas de saudade...

Florbela Espanca .

Sem amor...

Espelho meu, espelho meu, há alguém mais bonito do que eu?




"Diz-me quem te admira e dir-te-ei quem és."

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Além-Tejo.

Espelho meu, espelho meu, há alguém mais bonito do que eu?



"Diz-me quem te admira e dir-te-ei quem és."

Balada do poeta vagabundo.



Levo pela minha estrada larga

uma balada nos lábios.

Um sorriso nos olhos

e o coração na mão.

Le3vo pela minha estrada larga

uma balada nos lábios...



— A recordação traz uma dor?

A dor, esqueço-a nos meus cantos.

Levo pela minha estrada larga

a balada que mais amo.

O eco canta, às vezes,

com os seus lábios invisíveis.



— Dança a chuva ou dança o vento?

— Está a arde ensangüentada?

Como o sorriso nos olhos,

sigo o meu caminho sonhando.

Levo pela minha estrada larga

uma balada nos lábios...



E não importa que te acerques,

solidão do desencanto.

Não hei de te ver porque levo

o coração na mão,

o sorriso nos olhos

e a balada nos lábios...



Como é bom ir pela estrada

com a balada nos lábios,

o sorriso nos olhos,

e o coração na mão!



Poema de Gastón Figueira.

Prémio Camões e Certificados Sensosim foram entregues a 8 de Outubro






Na quarta-feira, 8 de Outubro, a Câmara Municipal de Constância e a Escola Básica e Secundária Luís de Camões, procederam à entrega do Prémio Camões e dos Certificados Sensosim, uma cerimónia que decorreu nas instalações da própria Escola.



O Prémio Camões foi instituído pela Câmara Municipal e pela Escola logo no primeiro ano de funcionamento da instituição de ensino, visando incentivar os alunos a progredirem com vista ao seu melhor desempenho no âmbito da sua autoformação.



Assim, os alunos que alcançaram melhores resultados no ano lectivo de 2007/2008 receberam obras literárias e placas alusivas ao acto, tendo-se distinguido os seguintes jovens: Ana Carolina Leitão e Sofia Lopes Agostinho (5ª ano), Alexandre Oliveira Rodrigues, Ana Cristina Pedro, Rita Medroa Mateus, Yuliya Zatserkovna (6º ano), Tiago Martins (7º ano), Bernardo Barroso Marques e André Xavier (8º ano), André Filipe Monteiro (9º ano), Susana Filipa Milheiriço (1º ano do Curso de Educação e Formação de Adultos (CEF)), Sandy Leila Rodrigues (2º ano CEF) e Cátia Picão (Secundário).



Após a entrega do Prémio Camões, foi também entregue o Sensosim, um prémio instituído pela Escola no ano lectivo 2004/2005, o qual tem como objectivo premiar aqueles que se destacaram pelas suas atitudes e valores, nomeadamente pela sensibilidade, pela solidariedade e pela simpatia.



A cerimónia foi acompanhada por uma equipa de reportagem da RTP,
Por CMC

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Além-Tejo.

Cansamo-nos de pensar.




Cansamo-nos de tudo, excepto de compreender. O sentido da frase é por vezes difícil de atingir. Cansamo-nos de pensar para chegar a uma conclusão, porque quanto mais se pensa, mais se analisa, mais se distingue, menos se chega a uma conclusão.
Caímos então naquele estado de inércia em que o mais que queremos é compreender bem o que é exposto - uma atitude estética, pois que queremos compreender sem nos interessar, sem que nos importe que o compreendido seja ou não verdadeiro, sem que vejamos mais no que compreendemos senão a forma exacta como foi exposto, a posição de beleza racional que tem para nós.
Cansamo-nos de pensar, de ter opiniões nossas, de querer pensar para agir. Não nos cansamos, porém, de ter, ainda que transitoriamente, as opiniões alheias, para o único fim de sentir o seu influxo e não seguir o seu impulso.

Fernando Pessoa, in 'Livro do Desassossego'

Bestiário 3



Neste corpo jovem, cinzelado

de arestas e deslizes sutis

- por que não dizer primaveris

mesmo sendo verso viciado.



Este corpo fugaz ou falaz

que reverbera e é fausto

é fátuo, melhor: exausto

de tanto arfar, tanto faz



possuindo ou sendo possuído,

atuando ou sendo consumido

nunca está no ato praticado



estou apenas eu, assumido

comprador de produto difundido

que não é assim nem é assado.


(Poema de Antonio Miranda .)

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Talvez um dia.



Talvez, um dia, eu faça um poema
Poema esse, que contenha Lobos
Lobos guardiões de Almas
Que guiam nossas almas
Em noites, de solidão
Em busca de uma outra alma

Talvez, um dia, eu declame o poema
Que contenha você
Guiada pelos Lobos
Que encontraram nossas almas
Em algum lugar do tempo
No reflexo de um espelho

Talvez, um dia, eu possa amar você
Amor esse, que supra meu desejo
Desejo de ter paz, no coração
Junto com os Lobos
Que conhecem minha solidão
Como o caminho que trilham

Em busca de almas ligadas

Numa outra Dimensão

(Marco Antonio S. A. Capel)

Without you.



O amor é um rio onde as águas de dois ribeiros se misturam sem se confundir ...

Constância integra Rede de Escolas de Excelência



A Câmara Municipal de Constância e a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, assinaram recentemente um protocolo com vista à implementação de uma Rede de Escolas de Excelência – ESCXEL.



A Rede de Escolas de Excelência – ESCXEL nasceu da iniciativa de um grupo de investigadores do CESNOVA – Centro de Estudos de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, que, interpretando as tendências e os grandes desafios que se colocam à educação e ao sistema de ensino em Portugal, entendem ser nas escolas e nas comunidades locais que reside o mais decisivo potencial de qualificação e de mudança social e cultural.



Além do Município de Constância, são também parceiros deste projecto os municípios de Batalha, Castelo Branco, Loulé e Oeiras.



Registe-se que pela primeira vez no nosso país, a universidade, os municípios e as escolas unem-se para potenciar os seus recursos e as suas competências específicas em torno de um objectivo comum: promover o princípio da excelência educativa através de uma rede cooperativa visando a comparação, a troca e a avaliação de experiências, soluções e modelos de desenvolvimento educativo.



A Rede de Escolas de Excelência – ESCXEL é um projecto que se desenvolverá entre 2008 e 2012, o qual visa potenciar de forma cooperativa as competências dos municípios, das escolas e das comunidades, no sentido de concretizar a ideia de qualificação e de excelência educativa.


Por CMC

Noticias sobre Constância.


Cadeia de Constância dá lugar a edifício cultural



O edifício que em tempos albergou a cadeia municipal de Constância vai ser transformado num espaço destinado a acolher iniciativas de índole cultural ou lúdica. A revelação foi feita pelo presidente da Câmara Municipal de Constância, António Mendes (CDU), durante a apresentação dos 39 edifícios que, ao longo de oito anos, foram recuperados pela autarquia e também por privados, com o objectivo de dar mais vida ao centro histórico da vila.

O imóvel da antiga cadeia municipal, localizado na Praça Alexandre Herculano, pertenceu durante cerca de um século a particulares mas neste momento já voltou à posse da autarquia, encontrando-se em fase de adjudicação da empreitada com vista à sua recuperação integral.

Fonte:O Mirante diário oline.

domingo, 5 de outubro de 2008

Parvoíces de homens.


Ler o jornal durante a refeição é melhor do que falar com uma mulher; as parvoíces impressas não incomodam tanto .

Avisos sobre conteúdos.

Se eu fosse um dia o teu olhar.

Bestiário 2.



Festa dos sátiros e dos sádicos

dos vadios e dos românticos

pantagruélicos de mil banquetes

vazios, investidas de ginetes



com seus ferros pontiagudos

fustigando tecidos e membranas

ciclopes bestiais e chifrudos

monstruosos e doudivanas.



Lanças mortais ensangüentadas

nos cerimoniais da penetração

na ação das noites violentadas



dos transtornos e das ciladas

dos desmontes e das manadas

incontidas – e da sofreguidão!



Poema de Antonio Miranda

Ilus. de Carmen Fulle

Samba pa ti.

Depois de tanta música...Apetece-me sambar.

Coisas da Carbonária...



O Que Foi o 5 de Outubro?
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Nos dias 4 e 5 de Outubro de 1910 alguns militares da Marinha e do Exército iniciaram uma revolta nas guarnições de Lisboa, com o objectivo de derrubar a Monarquia. Juntamente com os militares estiveram a Carbonária e o as estruturas do PRP (Partido Republicano Português). Na tarde desse dia, José Relvas, em nome do Directório do PRP, proclamou a República à varanda da Câmara Municipal de Lisboa. No dia 6 o novo regime foi proclamado no Porto e, nos dias seguintes, no resto do país. Em Braga foi-o no dia 7, tendo tomado posse da Câmara o Dr Manuel Monteiro.

A queda da Monarquia já era de esperar. Dois anos antes D. Carlos e D. Luíz Filipe haviam sido assassinados por activistas republicanos. O reinado de D. Manuel II tentou apaziguar a vida do país sem sucesso. Foi um reinado fraco e inexperiente. Apesar de o 5 de Outubro não ter sido uma verdadeira revolução popular, mas sobretudo um golpe de estado centrado em Lisboa, a nova situação acabou por ser aceite no país e poucos acreditaram na possibilidade de num regresso à Monarquia.

Seguiu-se um período de democracia republicana, caracterizado por forte instabilidade política, conflitos com a Igreja, mas também grandes progressos na educação pública. A chamada I República Portuguesa terminou em 1926, com o golpe de 28 de Maio, a que se seguiram muitos anos de ditadura.

Após o 5 de Outubro foi substituída a bandeira portuguesa. As cores verde e vermelho significam, respectivamente, a esperança e o sangue dos heróis. A esfera armilar simboliza os Descobrimentos, os sete castelos representam os primeiros castelos conquistados por D. Afonso Henriques, as cinco quinas significam os cinco reis mouros vencidos por este Rei e, finalmente, os cinco pontos em cada uma as cinco chagas de Cristo. O hino A Portuguesa , composto por Alfredo Keil tornou-se o hino nacional.

sábado, 4 de outubro de 2008

Tolerância.


Comprensão


Creio para compreender, e compreendo para crer melhor."

Poesia


Poesia sensual, erótica e pornográfica ou simplesmente amorosa, está na essência e na textura da própria poesia, em sua te(n)são original. Seja de forma objetiva, explicita ou na interpretação do leitor, em sua subjetividade. Vale dizer que as palavras também exprimem, excitam sentimentos, além de sublimá-los e que toda poesia, em alguma dimensão, tem sua carga sensual, por ser humana.

António Miranda.

Palavras repetidas.

Galanteios.


O galanteio é uma virtude biológica dos dois sexos, os quais, no período da fecundidade, devem agradar um ao outro e excitar o amor recíproco .

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Conversa de tasca.




filosofia de tasca:
samba, sexo dos anjos, chinfrim

e vício versa.

Mar.






O que poderíamos ter sido

fundiu-se em um mar de palavras.



O amor que nos sustentou

encalhou na margem de razões e de fastio.



Somos tripulantes de um naufrágio,

sobreviventes, dispersos,

mas em praias distantes,

que jamais se encontrarão.

(Juan de Urraza)

Anjos.


São uivos
de ventos quentes
que ouço
no lugar de tua voz.
Ventos que
sopram em asas
que não alçam vôos
e ainda assim
derrubam-me
dos céus.

(Rose)

Bestiário .






Amores frívolos ou de arremedo

para vivê-los não para contá-los

e a paixão numa rinha de galos

fogo cruzado provocando o medo.



Tesão de juventude e de folguedo

da carne, galopes de cavalos

Carnaval celebrado mais cedo

no embate tenebroso dos falos.



Volúpias, clamores, nunca mais

só dores, associados aos prazeres

só dizeres, ais, furiosos animais



que se estranham e que se enfrentam

neste breve festim de comensais

dos imorais, que se atormentam.


(Poema de António Miranda)

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Prémio Camões e Certificados Sensosim vão ser entregues a 8 de Outubro



Na próxima quarta-feira, 8 de Outubro, a Câmara Municipal de Constância e a Escola Básica e Secundária Luís de Camões, vão proceder à entrega do Prémio Camões e dos Certificados Sensosim, uma cerimónia que decorrerá às 9.30 horas, nas instalações da própria Escola.



O Prémio Camões foi instituído pela Câmara Municipal e pela Escola logo no primeiro ano de funcionamento da instituição de ensino, visando incentivar os alunos a progredirem com vista ao seu melhor desempenho no âmbito da sua autoformação.



Assim, os alunos que alcançaram melhores resultados no ano lectivo de 2007/2008 vão receber obras literárias e placas alusivas ao acto, tendo-se distinguido os seguintes jovens: Ana Carolina Leitão e Sofia Lopes Agostinho (5ª ano), Alexandre Oliveira Rodrigues, Ana Cristina Pedro, Rita Medroa Mateus, Yuliya Zatserkovna (6º ano), Tiago Martins (7º ano), Bernardo Barroso Marques e André Xavier (8º ano), André Filipe Monteiro (9º ano), Susana Filipa Milheiriço (1º ano do Curso de Educação e Formação de Adultos (CEF)), Sandy Leila Rodrigues (2º ano CEF) e Cátia Picão (Secundário).



Após a entrega do Prémio Camões, serão também entregues os certificados e as placas que distinguem os alunos com o Sensosim, um prémio instituído pela Escola no ano lectivo 2004/2005, o qual tem como objectivo premiar aqueles que se destacaram pelas suas atitudes e valores, nomeadamente pela sensibilidade, pela solidariedade e pela simpatia.


Por CMC

O valor de uma dona de casa.



Um homem chegou em casa, depois do trabalho, e encontrou os três filhos a brincar do lado de fora, ainda vestidos de pijama. Estavam sujos de terra, rodeados por embalagens vazias de comida entregue em casa. A porta do carro da sua esposa estava aberta. A porta da frente da casa também. O cão nem veio recebê-lo. Enquanto ele entrava em casa, encontrava cada vez mais bagunça. A lâmpada da sala estava queimada, o tapete estava enrolado e encostado na parede. Na sala de estar, a televisão ligada aos berros, o chão estava atulhado de brinquedos e roupas espalhadas. Na cozinha, a pia estava cheia de pratos sujos e ainda havia café da do pequeno-almoço na mesa, o frigorifico estava aberta, e havia comida do cão no chão e até um copo partido em cima do balcão. Sem contar que tinha um montinho de areia perto da porta. Assustado, ele subiu correndo as escadas, desviando os brinquedos espalhados e de peças de roupa suja. 'Será que a minha mulher está mal?' ele pensou. 'Será que aconteceu alguma coisa grave?' Daí ele viu um fio de água no chão, vindo da casa de banho. Lá ele encontrou mais brinquedos no chão, toalhas ensopadas, sabonete líquido espalhado por toda parte e muito papel higiénico na sanita. A pasta de dente tinha sido usada e deixada aberta e a banheira transbordando água e espuma. Finalmente, ao entrar no quarto, ele encontrou sua mulher ainda de pijama, na cama, deitada e a ler uma revista. Ele olhou para ela completamente confuso, e perguntou: Então que aconteceu aqui em casa? Por que toda esta desarrumação? Ela sorriu e disse: - Todo dia, quando você chega do trabalho, pergunta: - Afinal de contas, o que você fez o dia inteiro em casa?' -Bem... Hoje eu não fiz nada, QUERIDO !!!!

Se eu fosse.

Poeta Lobo



Sou o poeta que uiva através das palavras,

que vive o sofrimento de te ver nos braços de outro,

de quem nada faz por ti,

de quem não luta por ti,

de quem não te faz Feliz…

Trato-te com desvelo para te ver na tortura.

Declamo poemas no cimo de um penhasco,

na companhia duma guitarra que chora sons que molham.

Uivo na solidão, no recato exigido pela amizade.

Ombro que acolhe tuas lágrimas,

fazendo-me de forte,doendo mais em mim,

faca espetada em meu dorso…

Coisa essa de que foste gostar e que só te faz chorar.

Nem o mundo de pernas para o ar era capaz de te acordar

Amar sem por ti ser amado, apenas magoado.

Um dia vais acordar, olhar e ver quem tens a teu lado,

aperceber-te do terrível equívoco,

de um dia teres desprezado um grande Amor.

Já fiz mais por ti do que alguém algum dia fará…para ouvir o silêncio,

aplausos mudos de gratidão.

Sou o poeta que sacia a sede num riacho seco,

sequioso que estou de te voltar a beijar.

Obrigado a omitir, a negar,

talvez mentir…

Os primeiros pensamentos da manhã vão para ti,

bem como o último antes de adormecer.

Tal como os sonhos tornados em perfeitos amores…

Sou o poeta lobo que clama por ti nas noites de lua cheia.

Sou o poeta que vegeta no mundo animal em busca de teu “Graal”.

Dizes ser o último dos românticos, mas é com ele que trais.

Porque achas que a poesia é para ter na estante da biblioteca,

e não para levar para a cama…


(Escrito por pedrolopes)

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Á vezes.


Às vezes sentava-se na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.
Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com seu amante.


Clarice Lispector

Sonhar.


Quem és tu que me fazes sonhar?
Um feitiço que alguém me lançou!

Laço triangular,não quis apartar
Nos braços alguém me elevou!

Espera!-Que eu acorde de manhã...
Dá-me tempo e espaço,o que alterou?

Preciso de esconder o infame traço...
Corrompida esta alma!-Que amou!

Quiseste dar-me o céu,peguei numa estrela,
Ofereceste-me o mar,uma gota me levou!

Num olhar,indicaste um lindo bosque,
Em pegadas que alguém já desflorou!

Vai!-E procura os nómadas do deserto...
Impetuosa,esquecerá quem as deixou!

Quem és tu que me fazes sonhar?
Um feitiço que alguém me lançou!


(Poema de Maria Valadas in Palavras.ao.vento)

De tudo ficam três coisas:



1. A certeza de que estamos sempre começando,
2. A certeza de que precisamos continuar,
3. A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar.
Portanto, façamos:
- Da interrupção, um novo caminho.
- Da queda, um passo de dança.
- Do sonho, uma ponte.
- Da procura, um encontro...


Fernando Pessoa.