Seguidores

domingo, 20 de fevereiro de 2011

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Poeminha de Homenagem à Preguiça Universal



Que nada é impossível
não é verdade;
todo o mundo faz nada
com facilidade

Millôr Fernandes, in "Pif-Paf"

Obs:quando a crise passar passo por aí.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011




"Um dia,hoje
um momento,agora
uma tristeza,a dor de não te ter
uma esperança,encontrar-te
uma dúvida,o amanhã
uma certeza,amar-te sempre
um desejo,seres minha um dia
um segredo,te amo
um mundo,o nosso
uma alegria,a de te ter
uma saudade,de ti
um sabor,o do teus beijos
um medo,o de te perder um dia..."

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Tudo se Resume ao Amar e ser Amado





Não fala. Não se explica. Não se vê e muito menos se apalpa. A sua dimensão não cabe na própria palavra de definição, nem há palavras exactas que o definam. Não se sabe porquê nem se sabe o sentido na sua existência. Não tem limites quantificáveis nem padrões comportamentais a serem seguidos. Não é incógnito, não é um mistério nem um mito. Ele existe na sua real personificação em actos e euforias sentimentais. Falasse dele soletrando uma palavra, mas essa mesma palavra é tão vazia de conteúdo que nem dele sabe falar na sua plenitude, apenas estabelece uma forma verbal para que possa ser identificado. É muito mais que isso, muito mais que palavras e conceitos. Vai para além das teorias e conversas abstractas. É superior ao desejo humano de egoísmo social estabelecendo pontes entre impossíveis. Não tem cheiro nem cor, pode ser todas as cores ao mesmo tempo, e nesse mesmo tempo não ser nenhuma. Pode tudo e o impossível. Fazemos uso dele mesmo sem sequer ser suposto estar a senti-lo!

Não avisa. Surge e instala-se. Sente-se. É a única coisa que é real e coerente dizer-se. Sente-se. A partir deste ponto, nada mais é igual, nada mais é concreto, nada mais é plausível de se previsível. Ficamos subjugados à sua vontade e na qual vamos vivendo segundo a sua rota. Ficamos inconscientes de acções, mas conscientes de que queremos viver com ele para sempre, apesar de negarmos vezes sem conta a sua grandiosidade, pois torna-nos mais vulneráveis. Apesar de fazer doer bem fundo e de levar a insanidade à exaustão, sem ele não saberíamos viver. Apenas sobrevivíamos dia após dia sem conteúdo afectivo, onde as coisas perderam o brilho natural de serem amadas, porque se ele não existisse, não haveria o motivo para se amar. A dor que ele nos deixa não é mais que um bónus de sabedoria que nos permite sentir realmente vivos. Não faria sentido viver sem ele apesar do seu sentido não ser perfeitamente compreendido. Apenas sabemos que aquela sensação exclusivamente pessoal, faz-nos sorrir, faz-nos querer, faz-nos tentar, faz-nos não desistir quando tudo à volta perdeu a vontade, faz-nos querer, faz-nos ser felizes, mesmo não sabendo bem usá-lo em forma de expressão. Só sabemos que estamos com ele naquele momento mortífero em que o Sentimos.

Quase que magoa a garganta no nó que se forma, nauseados de encantamento ficamos perante aquela figura, ficamos parados no tempo, naquele momento visual que tudo parece ser pequeno face ao que sentimos, onde questionamos tudo, mesmo a nossa real existência. É estranho e contraditório. Sentimo-nos estranhos, irreconhecíveis ao nosso espelho interior. Frágeis na sua presença, triste e vazios sem ele. É maleficamente tenebroso quando não tem forma de retorno. É triste por nos tornar tristes, perigoso por nos controlar os actos, é alheio a quaisquer éticas sociais. Mas é demasiadamente bom de ser negado, de ser ignorado. É avassaladoramente saboroso mesmo no seu lado imperfeito para deixar de ser sentido. Por ele fazemos tudo, sem ele somos nada. Não vale de nada palavras complexas e rebuscadas para o tentar exprimir. Ele é a complexa forma da simplicidade traduzida em afectos. Tudo se resume ao amar e ser amado. A sua exuberante simplicidade é que nos faz ser complexos perante tal força sem definição. Não vale a pena tentar perceber ou questionar, e muitos menos tentar explicar em forma de frases sem sentido directo de interpretação. Apenas se deve sentir e vivê-lo. De outra forma não saberemos viver com ele, e sem ele não se vive o expoente máximo da felicidade. Ele, na primeira pessoa a que chamam Amor.

Ana Soares da Silva Rodrigues Neto, in 'Textos de Amor

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Mar de rosas.



Teu corpo
ondulante
mar onde navego
num sonho
constante...

teu perfume
cheiro de rosa
pele macia
rosa maresia
cheirosa...

Teu peito
de vagas alterosas
mar manso da tua alma
porto de abrigo
aonde me deito
en noite calma...

Teu cheiro
sal da vida
corpo de um mar de rosas
barca perdida
em mar de amor profundo
em minhas entranhas...

Literatura



Marina, tal como a obra que consagrou Zafón, é um romance mágico de memórias, escrito numa prosa ora poética ora irónica, assente numa mistura de géneros literários (entre o romance de aventuras e os contos góticos) e onde o passado e o presente se fundem de forma inigualável.

Classificado pela crítica como «macabro, fantástico e simultaneamente arrebatador», Marina propõe ao leitor uma reflexão continuada sobre os mistérios da condição humana através do relato alternado de três histórias de amor e morte.

Ambientada na cidade de Barcelona, a história decorre entre Setembro de 1979 e Maio de 1980 e depois em 1995 quando Óscar, o protagonista, recorda a força arrebatadora do primeiro amor e as aventuras com Marina, recupera as anotações do seu diário pessoal e revisita os locais da sua juventude.

«Marina disse-me uma vez que apenas recordamos o que nunca aconteceu. Passaria uma eternidade antes que compreendesse aquelas palavras. Mas mais vale começar pelo princípio, que neste caso é o fim.»

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Deixa-me Falar-te de Amor.




Nesta era em que tudo é fabricado, em que nada é natural, em que nada é puro; em que os primeiros beijos se trocam por telemóvel, se fala por sms e os ditos «encontros românticos» acontecem no cinema, entre um balde de pipocas e um copo de coca-cola, nesta era, que já não é minha, já não é tua, já nem é nossa; deixa-me falar-te de amor. Não quero falar deste «amor» novo, feito de «roda-bota-fora», que nasce podre e é vazio. Não te quero falar do amor para passar tempo, que se joga na Internet; nem daquele que se conhece num bar ou numa discoteca.

Não: deixa-me falar-te de amor como o conheço, da mesma forma lamechas e (hoje) tão fora de moda; a mesma que te ensinaram os teus pais ou os teus avós; como era antigamente, quando passeavam junto ao rio, por vezes de mãos dadas, e coravam ainda, se encontravam alguma cara conhecida. Deixa-me falar-te do amor que me ensinaste. O amor que me ensinaste começou por um acaso, porque, por acaso, eu estava sozinha e tu também. O amor que me ensinaste não foi cozinhado nem confeccionado a propósito.

No nosso amor, tu dás-me a mão e eu coro; convidas-me para sair e eu hesito; brincas com os meus caracóis e eu gosto; bebemos chá e ficamos ébrios; passeamos à beira-rio e pode ser que nos beijemos. No nosso amor, não somos só amantes, mas somos cúmplices. E companheiros. Olhas para mim e lês-me nas entrelinhas. Olho para ti e sei-te de cor. Sorrio e mergulhas nesse sorriso. Abraças-me e absorves-me inteira. Dizes-me «amo-te» e eu acredito.
O amor que me ensinaste é puro, é natural, é biológico, sem corantes nem conservantes. Mas deixa-me contar-te um segredo: nesta era, que já não é minha, já não é tua, já nem é nossa; o nosso amor, ainda encanta!

Ana Rita da Silva Freitas Rocha, in 'Textos de Amor

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Namorar...




Namorar, hoje em dia, só quer mesmo dizer disponibilizar tempo e atenção. Num mundo em que o tempo é um bem precioso e de primeira necessidade e a atenção só parece exercer-se tão flutuante e escorregadia que nos perguntamos constantemente se alguém nos escuta, é bom, definitivamente óptimo, experimentar momentos de proximidade e partilha de entendimento e plenitude.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Para Vos Poupar ao Meu Amor ...



Sentada à mesa do jantar, troco com a família considerações de recém-licenciada. Constato, pela primeira vez e com alguma violência, que o mundo contemporâneo não foi feito para mim. Ou que eu não fui feita para o mundo contemporâneo. Sinto - fulminantemente e obscuramente e dolorosamente - que a matéria de que sou feita não poderá resistir a um só dos maravilhosos planos que a civilização humana tem preparados para mim desde há séculos: ser mulher, mãe, trabalhadora, cidadã. Crente, protestante. Ser amiga, ser amante. Sou uma peça do puzzle que não encaixa, um produto industrial com defeito de fabrico. Tenho por dentro um intruso, um inimigo invencível. Estou à mercê de um predador implacável. Compreendam: eu não posso esperar pelo Natal para que possa dizer que vos estimo. Eu não posso esperar pelo fim das coisas para que possa dizer que vos desejo bem. Do que eu preciso é de um mundo onde possa citar Rilke sem correr o risco de ser internada. Onde possa viver livremente o meu romantismo sôfrego e vagamente idiota. Um mundo onde possa aparecer - sem livro para devolver, sem DVD para pedir emprestado - e dizer «Tudo, excepto tu, é rotina peganhenta»!
Ouvir dizer «amo-te» era fácil, hoje já é mais complicado. Requer muito treino, não estamos preparados. Fomos educados para sermos acima de tudo eficazes. Nada nos foi dito na aula de descer abismos. Nada vem escrito nos livros que lemos. Tudo nos abala, nos confunde. Nos funde por vezes com o que, depois vemos, não é digno do nosso amor.

Ah, o amor. O amor faz-se se houver tempo. O amor faz-se aos bocadinhos e só se convier. O amor faz-se na pausa para o café. O amor é uma aberração. O amor mete medo. Chega-te para lá com esse «adoro-te»! Não me venhas com esse «gosto de ti»! Cai-nos a PIDE do amor em cima, és apanhado e vais dentro. O amor quer-se preso pela trela. O amor quer-se de castigo no canto da sala. Pouca conversa, pouco barulho. O amor custa. Perde-se tempo e dinheiro. O amor está fora de moda. Não condiz com as batas brancas da biologia nem com os botões coloridos da tecnologia nem com a cor do papel dos contratos pré-nupciais. O amor é para meninos, ser-se crescido é outra coisa. O amor foi-nos confiscado.
Não contem comigo. Eu não tenho jeito nenhum para ser a pessoa que todos esperam. Não tenho competência para ficar a ver o amor passar sem correr atrás. Compreendam: o amor é a minha campainha de Pavlov.
Estímulo-resposta, como me foi explicado na escola de fazer profissionais.
Eu não tenho jeito para telefonemas nem para passeios em centros comerciais.
Não contem comigo para ser cão que ladra mas não morde. Não contem comigo para não dizer o que não é suposto. Para cancelar beijos, inventar pretextos, sufocar euforias, adiar alegrias. Para vos escutar em silêncio.
Para vos poupar ao meu amor, não contem comigo. Compreendam: eu não me posso comprometer.

Susana Cristina Marques Santos, in 'Textos de Amor

sábado, 12 de fevereiro de 2011

A Tempestade do Destino ...




Por vezes o destino é como uma pequena tempestade de areia que não pára de mudar de direcção. Tu mudas de rumo, mas a tempestade de areia vai atrás de ti. Voltas a mudar de direcção, mas a tempestade persegue-te, seguindo no teu encalço. Isto acontece uma vez e outra e outra, como uma espécie de dança maldita com a morte ao amanhecer. Porquê? Porque esta tempestade não é uma coisa que tenha surgido do nada, sem nada que ver contigo. Esta tempestade és tu. Algo que está dentro de ti. Por isso, só te resta deixares-te levar, mergulhar na tempestade, fechando os olhos e tapando os ouvidos para não deixar entrar a areia e, passo a passo, atravessá-la de uma ponta a outra. Aqui não há lugar para o sol nem para a lua; a orientação e a noção de tempo são coisas que não fazem sentido. Existe apenas areia branca e fina, como ossos pulverizados, a rodopiar em direcção ao céu. É uma tempestade de areia assim que deves imaginar.

(...) E não há maneira de escapar à violência da tempestade, a essa tempestade metafísica, simbólica. Não te iludas: por mais metafísica e simbólica que seja, rasgar-te-á a carne como mil navalhas de barba. O sangue de muita gente correrá, e o teu juntamente com ele. Um sangue vermelho, quente. Ficarás com as mãos cheias de sangue, do teu sangue e do sangue dos outros.
E quando a tempestade tiver passado, mal te lembrarás de ter conseguido atravessá-la, de ter conseguido sobreviver. Nem sequer terás a certeza de a tormenta ter realmente chegado ao fim. Mas uma coisa é certa. Quando saíres da tempestade já não serás a mesma pessoa. Só assim as tempestades fazem sentido.

Haruki Murakami, in 'Kafka à Beira-Mar'

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Poema ausente.




Tudo é cinzento
o tempo
o momento
as palavras do poema
perdido
ausente...

palavras que não encontro
para um poema inacabado
fragmentos de amor
pedaços de teu corpo
perfumado...

procuro o poema
em ti mulher
a essência das palavras
o perfume para escrever
O poema latente
perdido no tempo...

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

No outro lado...




No outro lado do mar
há vida
há esperança
há amor...
Deste lado do mar
há amor
há esperança
há vida...
Dos dois lados do mar, de amar
ama-se
sofre-se
desespera-se...
águas mansas
bravas
em ondas de desespero
balançam corpos
famintos de amor...
Ventos
brisas marinhas
levam amor
trazem paixão
numa permuta de perfume
maresia
ilusão...

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Momentos meus...


O mundo gira
há momentos mágicos
vividos intensamente
cheios de magia
a dois
momentos lembrados
em lugares marcados.

Momentos próprios
inertes
momentos para esquecer
confusos
de dor
de sofrimento.

Momentos
espaços do tempo
pertença do meu ser
no passado
no futuro
no presente...

Momentos em que o mundo gira
me envolvem numa roda viva
de prazer...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O enigma do orgasmo feminino...





O orgasmo feminino é uma coisa da qual as mulheres percebem muito pouco,
E os homens ainda menos. Pelo facto de ser uma reacção endócrina, que se
dá sem expelir nada, não se apresenta nenhuma prova evidente de que
aconteceu, ou de que foi simulado.

Diante deste mistério, investigações continuam, pesquisas são feitas,
centenas de livros são escritos, tudo para tentar esclarecer este assunto.
A acompanhar este tema, deu no outro dia uma entrevista na TV com uma
conhecida sexóloga, que apresentou uma pesquisa feita nos Estados Unidos
na qual se mediu a descarga eléctrica emitida pela periquita no instante do
orgasmo.

Os resultados mostram que, na hora H, a pardaleca dispara uma carga de
250.000 micro volts. Ou seja, 5 passarinhas juntas, ligadas em série na hora
do 'ai meu Deus',são suficientes para acender uma lâmpada. E uma dúzia é
capaz de provocar a ignição no motor de um Carocha com a bateria em baixo.
Já há até mulheres a treinar para carregar a bateria do telemóvel: dizem que
é só ter o orgasmo e, tchan...carregar.

Portanto, é preciso ter muito cuidado porque aquilo, afinal, não é uma
rata:
É uma torradeira eléctrica!!! E se der curto-circuito na hora de
'virar os olhos'? Além de vesgo, fica-se com a doença de Parkinson e com a
Salsicha assada.
Preservativo agora é pouco:
Tem de se mandar encamisar na Michelin.
E, no momento da descarga, é recomendado usar sapatos de borracha, não
os descalçar e não pisar o chão molhado.
É também aconselhável que, antes de se começar a molhar o biscoito, se
pergunte à parceira se ela é de 110 ou de 220 volts, não se vá esturricar
a alheira...


Recebido por email.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Desencontros...




Há coisas na vida da gente
que a gente nunca esquece
são coisas que a gente sente
são coisas que a vida tece.

São os desencontros da vida
alegrias e tristezas
são vidas de gente perdida
vida de incertezas.

É o sonhar a fantasia
o amor a poesia
é o viver o dia a dia
nesta vida solitária.

Há vidas que se vão
sem que as possamos reaver
nos deixam em suspensão
e nos fazem sofrer.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

O que Sempre Soube das Mulheres



Tratam-nos mal, mas querem que as tratemos bem. Apaixonam-se por serial-killers e depois queixam-se de que nem um postalinho. Escrevem que se desunham. Fingem acreditar nas nossas mentiras desde que tenhamos graça a pregá-las. Aceitam-nos e toleram-nos porque se acham superiores. São superiores. Não têm o gene da violência, embora seja melhor não as provocarmos. Perdoam facilmente, mas nunca esquecem. Bebem cicuta ao pequeno-almoço e destilam mel ao jantar. Têm uma capacidade de entrega que até dói. São óptimas mães até que os filhos fazem 10 anos, depois perdem o norte. Pelam-se por jogos eróticos, mas com o sexo já depende. Têm dias. Têm noites. Conseguem ser tão calculistas e maldosas como qualquer homem, só que com muito mais nível. Inventaram o telemóvel ao volante. São corajosas e quando se lhes mete uma coisa na cabeça levam tudo à frente. Fazem-se de parvas porque o seguro morreu de velho e estão muito escaldadas. Fazem-se de inocentes e (milagre!) por esse acto de vontade tornam-semesmo inocentes. Nunca perdem a capacidade de se deslumbrarem. Riem quando estão tristes, choram quando estão felizes. Não compreendem nada. Compreendem tudo. Sabem que o corpo é passageiro. Sabem que na viagem há que tratar bem o passageiro e que o amor é um bom fio condutor. Não são de confiança, mas até amais infiel das mulheres é mais leal que o mais fiel dos homens. São tramadas. Comem-nos as papas na cabeça,mas depois levam-nos a colher à boca. A única coisa em nós que é para elas um mistério é a jantarada de amigos – elas quando jogam é para ganhar. E é tudo. Ah, não, há ainda mais uma coisa. Acreditam no Amor com A grande mas, para nossa sorte, contentam-se com pouco.

Rui Zink, in "Jornal Metro"

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Os Cinco Sentidos.



Homenagem a Almeida Garrett (4 de fevereiro de 1799)



São belas - bem o sei, essas estrelas,
Mil cores - divinais têm essas flores;
Mas eu não tenho, amor, olhos para elas:
Em toda a natureza
Não vejo outra beleza
Senão a ti - a ti!

Divina - ai! sim, será a voz que afina
Saudosa - na ramagem densa, umbrosa.
será; mas eu do rouxinol que trina
Não oiço a melodia,
Nem sinto outra harmonia
Senão a ti - a ti!

Respira - n'aura que entre as flores gira,
Celeste - incenso de perfume agreste,
Sei... não sinto: minha alma não aspira,
Não percebe, não toma
Senão o doce aroma
Que vem de ti - de ti!

Formosos - são os pomos saborosos,
É um mimo - de néctar o racimo:
E eu tenho fome e sede... sequiosos,
Famintos meus desejos
Estão... mas é de beijos,
É só de ti - de ti!

Macia - deve a relva luzidia
Do leito - ser por certo em que me deito.
Mas quem, ao pé de ti, quem poderia
Sentir outras carícias,
Tocar noutras delícias
Senão em ti! - em ti!

A ti! ai, a ti só os meus sentidos
Todos num confundidos,
Sentem, ouvem, respiram;
Em ti, por ti deliram.
Em ti a minha sorte,
A minha vida em ti;
E quando venha a morte,
Será morrer por ti.

Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas'

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O meu sentir.




Na minha mente sinto
o afago dos teus abraços
a quentura da tua boca...
Oiço longe a tua voz
sumida
ardente
rouca de paixão...
O que será de mim
o que será de nós...
Se o sentir está dentro de mim
sentindo eu
o que tu sentes
este desejo permanente
constante de te abraçar
e dizer baixinho
que te amo
constantemente....

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Ser Feliz é um Dever...




É difícil ser feliz; requer espírito, energia, atenção, renúncia e uma espécie de cortesia que é bem próxima do amor. Às vezes é uma graça ser feliz. Mas pode ser, sem a graça, um dever. Um homem ou mulher ,digno desse nome agarra-se à felicidade, como se amarra ao mastro em mau tempo, para se conservar a si mesmo e aos que ama. Ser feliz é um dever. É uma generosidade.

Louis Pauwels, in "Carta Aberta às Pessoas Felizes"

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Amar é preciso...




O eco do teu sorriso
flutua no ar
perde-se no vento
a ternura das tuas palavras
silenciam-se no tempo...
Grito ao tempo
e ao vento
quero um sorriso de volta
e que a ternura das palavras
ecoem em mim a todo o momento...

Silêncio
nas palavras
no sorriso
o sonho é uma constante
amar é preciso...

Literatura


O Anjo branco de José Rodrigues dos Santos.

Sinopse

vida de José Branco mudou no dia em que entrou naquela aldeia perdida no coração de África e se deparou com o terrível segredo. O médico tinha ido viver na década de 1960 para Moçambique, onde, confrontado com inúmeros problemas sanitários, teve uma ideia revolucionária: criar o Serviço Médico Aéreo.

No seu pequeno avião, José cruza diariamente um vasto território para levar ajuda aos recantos mais longínquos da província. O seu trabalho depressa atrai as atenções e o médico que chega do céu vestido de branco transforma-se numa lenda no mato.

Chamam-lhe o Anjo Branco.

Mas a guerra colonial rebenta e um dia, no decurso de mais uma missão sanitária, José cruza-se com aquele que se vai tornar o mais aterrador segredo de Portugal no Ultramar.

Inspirado em factos reais e desfilando uma galeria de personagens digna de uma grande produção, O Anjo Branco afirma-se como o mais pujante romance jamais publicado sobre a Guerra Colonial - e, acima de tudo, sobre os últimos anos da presença portuguesa em África.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Dentro de mim...




Escavando
entro nas minhas entranhas
procuro algo gravado
no fogo da minha alma...

Não sinto dentro de mim
o que me faz ser eu
apenas escuridão...

Luz
com o teu calor
faz derreter
a frieza que envolve
meu coração...

Vai ao centro do labirinto
abraçar o vazio
que lá bem no fundo
eu sinto
perdido
amedrontado
e frio...

sábado, 29 de janeiro de 2011

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Desejo em mim...





Há um desejo em mim
de ser como sou
mas não ser assim...
Há um desejo em mim
de ver o mundo como é
amá-lo de outra maneira
mas enfim...
Há um desejo em mim
que a amizade,o amor
floresçam
como as flores de um jardim...

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Amor vagabundo.




Perdi o caminho
quero agarrá-lo
mas escapa-se
o tempo imóvel
solitário
trespassa-me...

Morosamente corre
o amor e o tempo
pedra
a pedra
estrada fora
empurrados pelo vento...

Todos os caminhos
me servem
estrada de fogo
caminhos do mundo
caminhos que me levam
amor vagabundo...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Infinitude dos Amantes .



Se até agora ainda não possuo todo o teu amor,
Querida, nunca o terei de todo.
Não posso soltar mais um suspiro, comover-me,
Nem suplicar a mais outra lágrima que corra;
E todo o meu tesouro, que deveria comprar-te —
Suspiros, lágrimas, juras e cartas — já gastei.
Porém, nada mais me poderá ser devido,
Além do proposto no negócio acordado:
Se então a tua dádiva de amor foi parcial,
Que parte a mim, parte a outros, caberia,
Querida, nunca te possuirei totalmente.

Mas, se então me deste tudo,
Tudo seria apenas o tudo que ao tempo tinhas;
E se em teu coração, desde então, existe ou venha
A existir novo amor gerado por outros homens,
Cujos haveres estejam intactos e possam, em lágrimas,
Em suspiros, em juras e cartas, exceder a minha oferta,
Este novo amor pode suscitar novos receios,
Dado que um tal amor não foi jurado por ti.
Mas se foi, sendo as tuas dádivas gerais,
O terreno — o teu coração —, é meu, e o que quer
Que nele cresça, querida, pertence-me totalmente.

Porém, também não o quereria todo ainda,
Porque quem tudo tem nada mais pode possuir
E visto que o meu amor deve aceitar cada dia
Um novo aumento, deverias reservar-me novas recompensas.
Não podes dar-me o teu coração todos os dias,
Porque se pudesses, é porque nunca mo tinhas dado.
E tais são os enigmas do amor: ainda que teu coração parta,
Fica em casa; e ao perdê-lo, tu salvaste-o.
Mas nós encontraremos um caminho mais nobre
Que a troca de corações: poderemos uni-los, e assim
Seremos um, e o todo de cada um.

John Donne, in "Poemas Eróticos"

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Não Sei se Isto é Amor ...





Não sei se isto é amor. Procuro o teu olhar,
Se alguma dor me fere, em busca de um abrigo;
E apesar disso, crê! nunca pensei num lar
Onde fosses feliz, e eu feliz contigo.
Por ti nunca chorei nenhum ideal desfeito.
E nunca te escrevi nenhuns versos românticos.
Nem depois de acordar te procurei no leito
Como a esposa sensual do Cântico dos cânticos.
Se é amar-te não sei. Não sei se te idealizo
A tua cor sadia, o teu sorriso terno...
Mas sinto-me sorrir de ver esse sorriso
Que me penetra bem, como este sol de Inverno.
Passo contigo a tarde e sempre sem receio
Da luz crepuscular, que enerva, que provoca.
Eu não demoro a olhar na curva do teu seio
Nem me lembrei jamais de te beijar na boca.
Eu não sei se é amor. Será talvez começo...
Eu não sei que mudança a minha alma pressente...
Amor não sei se o é, mas sei que te estremeço,
Que adoecia talvez de te saber doente.

Camilo Pessanha, in 'Clepsidra'

domingo, 23 de janeiro de 2011

Metallica com a orquestra sinfónica de San Francisco



"Quem ouve música, sente a sua solidão de repente povoada."

sábado, 22 de janeiro de 2011

Amar...





Temos de amar e não deixar de viver ...

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Amar é Raro



Amar é dar, derramar-me num vaso que nada retém e sou um fio de cana por onde circulam ventos e marés. Amar é aspirar as forças generosas que me rodeiam, o sol e os lumes, as fontes ubérrimas que vêm do fundo e do alto, água e ar, e derramá-las no corpo irmão, no cadinho que tudo guarda e transforma para que nada se perca e haja um equilíbrio perfeito entre o mesmo e o outro que tu iluminas. Dar tudo ao outro, dar-lhe tanta verdade quanta ele possa suportar, e mais e mais; obrigar o outro a elevar-se a um grau superior de eminência, fulguração, mas não tanto que o fira ou destrua em overdose que o leve a romper o contrato — o difícil equilíbrio dos amantes! Amar é raro porque poucos somos capazes de respirar as vastas planícies com a metade do seu pulmão; e amar é raro porque poucos aceitam a presença do seu gémeo, a boca insaciável de um irmão que todos os dias o vento esculpe e destrói.

Casimiro de Brito, in 'Arte da Respiração'

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Rio de mágoas...



Entre as margens
da saudade
há um leito
que transborda
e inunda o meu peito...

Como um caudal de magia
trazido na corrente
numa longa travessia...

Rio
que vens da nascente
que corres
galopas
no interior da gente...

Porque me arrastas
nas águas
do teu rio
de mágoas...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A Chave do Desejo




Todos os desejos são contraditórios como o do alimento. Gostaria que aquele que amo me amasse. Mas se ele me for totalmente dedicado, deixa de existir, e eu deixo de o amar. E enquanto não me for totalmente dedicado, não me amará o suficiente. Fome e saciedade.
O desejo é mau e ilusório, mas, no entanto, sem o desejo não esquadrinharíamos o verdadeiro absoluto, o verdadeiro ilimitado. É preciso ter passado por isto. Infelizes os seres a quem o cansaço subtrai esta energia suplementar que é a fonte do desejo.
Infeliz, também, aquele a quem o desejo cega.
É preciso arrastar o desejo até ao eixo dos pólos.

Simone Weil, in 'A Gravidade e a Graça'

Literatura.


O Elefante Evapora-se de Haruki Murakami.


Sinopse

Num sufocante dia de Verão, um advogado põe-se à procura do seu gato e dá de caras com uma estranha rapariga num jardim abandonado nas traseiras de casa. Mais adiante, as dores provocadas a meio da noite pela fome levam um jovem casal de recém-cadasos a fazer uma incursão nocturna e a assaltar um McDonald’s para conseguir deitar a mão a trinta hambúrgueres Big Mac, realizando assim um secreto desejo que já vinha dos tempos da adolescência. Um homem fica obcecado pela misteriosa e incrível saga de um elefante que se desvanece em fumo e desaparece da noite para o dia sem deixar rasto. Sem esquecer as confidências de uma mulher casada e jovem mãe com insónias que passa as noites em claro, a ler Tolstoi, e acorda para a vida num mundo indefinido de semiconsciência em que tudo se afigura possível - até mesmo a morte.
Ao longo de dezassete pequenas histórias aparentemente banais, das muitas que povoam o nosso quotidiano, Haruki Murakami transporta o leitor à dimensão paralela de um imaginário delicioso e bizarro ao mesmo tempo, percorrendo um Japão que tem tanto de nostálgico como de moderno. »Muitas vezes divertidos, sempre comoventes», os dezassete contos desta colectânea são prova da extraordinária capacidade narrativa de Haruki Murakami.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Minha declaração de amor

Blogagem colectiva preposta por Nilce Gibson.
do blog a vida de uma guerreira
http://www.nilceguerreira.com


segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Pontes que nos atravessam.




Há em nós
uma ponte que nos separa
entre o amor e a solidão
um presente e um passado
cada um para seu lado
seguindo outra direcção...

Há em nós
uma ponte que nos atravessa
entre ruínas e escombros
sonho e promessa
num transpor de descaminhos...

Há em nós
pontes para um futuro
incerto desconhecido
margens do mesmo rio
caminho interrompido
sob as águas do infortúnio...

Há em mim
uma vontade de atravessar
cruzar a nossa ponte
vontade de te abraçar
seguir um novo horizonte.

domingo, 16 de janeiro de 2011

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O meu abraço de solidariedade




Não há desgraça no mundo, por maior que seja, que o amor e a solidariedade não ajude a suportar ...
O meu abraço solidário para todos os que sofrem com a recente catástrofe no Brasil.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Pêndulo.




Flutuo
balanço
sou um sonhador
sou vida
na corda bamba
do amor...

Equilíbrio
quando amado
no amor
amarrado
sou pêndulo partido
desengonçado...

Sou destino
sou o caminho
pêndulo que manda a vida
sonho acordado
sou alma perdida
sou fado...

Sou pêndulo
entre o sorriso e o pranto
silêncio imóvel
na suspensão do firmamento
Sou a tua sombra
teu desencanto
amor e sentimento...

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Amar é Pensar.




Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura dela,
E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontro a ela.
Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me fala,
E em cada pensamento ela varia de acordo com a sua semelhança.
Amar é pensar.
E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.
Não sei bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso senão nela.
Tenho uma grande distração animada.
Quando desejo encontrá-la
Quase que prefiro não a encontrar,
Para não ter que a deixar depois.
Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero.
Quero só Pensar nela.
Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar.

Alberto Caeiro, in "O Pastor Amoroso"
Heterónimo de Fernando Pessoa

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Amor de Lua.




Suspensa a lua
ilumina
a minha rua
por detrás
da janela
olho-a
é bela...
Lua feiticeira
á noite
és sempre a primeira
com o teu esplendor
a iluminar
o amor...
Amor doce
em quarto crescente
amargo
em quarto minguante
quente quando presente
frio quando distante...
Amor de lua
que moras
noutra rua
ausente
carente
de carícia tua.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Memória do teu corpo.


Tenho nas mãos
a memória do teu corpo
adio o sonho
invento palavras
escondo o meu rosto
por detrás de um ar risonho
escondendo o meu desgosto...
Nem sempre se ama
quando se quer
flutuo nas incertezas
tacteando os meus pensamentos
no teu corpo
mulher...

domingo, 9 de janeiro de 2011

Concerts - Scorpions - Wind Of Change (live)

Literatura


Em Nome da Terra de Vergílio Ferreira



O romance Em Nome da Terra de Virgílio Ferreira é um poema ao corpo. Corpo deformado, envelhecido pelo tempo, corpo belo da juventude, corpo eterno.

João, o protagonista viúvo, reformado e carcomido pela idade, recolhe-se a uma casa de repouso para não ser um peso à família e à sociedade. À filha Márcia deixara-lhe tudo: a casa, os móveis, os livros. Consigo levou apenas a memória, um Cristo mutilado, um desenho de Dürer, uma estampa a cores de um fresco de Pompeia associados em tríptico, e um concerto para oboé de Mozart.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Não se Ama uma Pedra



Amar é reconhecer nos outros um ser misterioso, e não um objecto - tu eras uma vibração à tua volta, não a estreita presença de um corpo. Aqueles que não amamos nem odiamos são nítidos como uma pedra. Sentir neles uma pessoa é começar a amar ou a odiá-los. Só amamos ou odiamos quem é vivo para nós. («Nunca amaste ninguém...»).

Vergílio Ferreira, in 'Estrela Polar'

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Quero sim.




"Danço
rodopio
não me canso
nos teus braços
enleado canto
quero amar-te eternamente."

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O Amor não Tem nada que Ver com a Idade




Penso saber que o amor não tem nada que ver com a idade, como acontece com qualquer outro sentimento. Quando se fala de uma época a que se chamaria de descoberta do amor, eu penso que essa é uma maneira redutora de ver as relações entre as pessoas vivas. O que acontece é que há toda uma história nem sempre feliz do amor que faz que seja entendido que o amor numa certa idade seja natural, e que noutra idade extrema poderia ser ridículo. Isso é uma ideia que ofende a disponibilidade de entrega de uma pessoa a outra, que é em que consiste o amor.

Eu não digo isto por ter a minha idade e a relação de amor que vivo. Aprendi que o sentimento do amor não é mais nem menos forte conforme as idades, o amor é uma possibilidade de uma vida inteira, e se acontece, há que recebê-lo. Normalmente, quem tem ideias que não vão neste sentido, e que tendem a menosprezar o amor como factor de realização total e pessoal, são aqueles que não tiveram o privilégio de vivê-lo, aqueles a quem não aconteceu esse mistério.

José Saramago

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Á noitinha...



Gosto á noite
De ouvir o cantar do mar
O quebrar das ondas uma a uma
Que se desfazem em espuma
Na areia da praia
Á luz do luar…

Da brisa marinha
Do teu cheiro a maresia
Quando á noitinha
Na bonança do temporal
me sacio no teu corpo
Com sabor a sal…

Do murmúrio do vento
Entre o amor e os ais
No enrolar das ondas
No rebolar dos corpos
Por entre as dunas e canaviais…

Gosto das noites claras
Da tua madrugada de amar
Quando sonhas que navegas
Timoneira que me levas
Nas tuas águas doces do mar...

Estou de volta.