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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O enigma do orgasmo feminino...





O orgasmo feminino é uma coisa da qual as mulheres percebem muito pouco,
E os homens ainda menos. Pelo facto de ser uma reacção endócrina, que se
dá sem expelir nada, não se apresenta nenhuma prova evidente de que
aconteceu, ou de que foi simulado.

Diante deste mistério, investigações continuam, pesquisas são feitas,
centenas de livros são escritos, tudo para tentar esclarecer este assunto.
A acompanhar este tema, deu no outro dia uma entrevista na TV com uma
conhecida sexóloga, que apresentou uma pesquisa feita nos Estados Unidos
na qual se mediu a descarga eléctrica emitida pela periquita no instante do
orgasmo.

Os resultados mostram que, na hora H, a pardaleca dispara uma carga de
250.000 micro volts. Ou seja, 5 passarinhas juntas, ligadas em série na hora
do 'ai meu Deus',são suficientes para acender uma lâmpada. E uma dúzia é
capaz de provocar a ignição no motor de um Carocha com a bateria em baixo.
Já há até mulheres a treinar para carregar a bateria do telemóvel: dizem que
é só ter o orgasmo e, tchan...carregar.

Portanto, é preciso ter muito cuidado porque aquilo, afinal, não é uma
rata:
É uma torradeira eléctrica!!! E se der curto-circuito na hora de
'virar os olhos'? Além de vesgo, fica-se com a doença de Parkinson e com a
Salsicha assada.
Preservativo agora é pouco:
Tem de se mandar encamisar na Michelin.
E, no momento da descarga, é recomendado usar sapatos de borracha, não
os descalçar e não pisar o chão molhado.
É também aconselhável que, antes de se começar a molhar o biscoito, se
pergunte à parceira se ela é de 110 ou de 220 volts, não se vá esturricar
a alheira...


Recebido por email.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Desencontros...




Há coisas na vida da gente
que a gente nunca esquece
são coisas que a gente sente
são coisas que a vida tece.

São os desencontros da vida
alegrias e tristezas
são vidas de gente perdida
vida de incertezas.

É o sonhar a fantasia
o amor a poesia
é o viver o dia a dia
nesta vida solitária.

Há vidas que se vão
sem que as possamos reaver
nos deixam em suspensão
e nos fazem sofrer.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

O que Sempre Soube das Mulheres



Tratam-nos mal, mas querem que as tratemos bem. Apaixonam-se por serial-killers e depois queixam-se de que nem um postalinho. Escrevem que se desunham. Fingem acreditar nas nossas mentiras desde que tenhamos graça a pregá-las. Aceitam-nos e toleram-nos porque se acham superiores. São superiores. Não têm o gene da violência, embora seja melhor não as provocarmos. Perdoam facilmente, mas nunca esquecem. Bebem cicuta ao pequeno-almoço e destilam mel ao jantar. Têm uma capacidade de entrega que até dói. São óptimas mães até que os filhos fazem 10 anos, depois perdem o norte. Pelam-se por jogos eróticos, mas com o sexo já depende. Têm dias. Têm noites. Conseguem ser tão calculistas e maldosas como qualquer homem, só que com muito mais nível. Inventaram o telemóvel ao volante. São corajosas e quando se lhes mete uma coisa na cabeça levam tudo à frente. Fazem-se de parvas porque o seguro morreu de velho e estão muito escaldadas. Fazem-se de inocentes e (milagre!) por esse acto de vontade tornam-semesmo inocentes. Nunca perdem a capacidade de se deslumbrarem. Riem quando estão tristes, choram quando estão felizes. Não compreendem nada. Compreendem tudo. Sabem que o corpo é passageiro. Sabem que na viagem há que tratar bem o passageiro e que o amor é um bom fio condutor. Não são de confiança, mas até amais infiel das mulheres é mais leal que o mais fiel dos homens. São tramadas. Comem-nos as papas na cabeça,mas depois levam-nos a colher à boca. A única coisa em nós que é para elas um mistério é a jantarada de amigos – elas quando jogam é para ganhar. E é tudo. Ah, não, há ainda mais uma coisa. Acreditam no Amor com A grande mas, para nossa sorte, contentam-se com pouco.

Rui Zink, in "Jornal Metro"

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Os Cinco Sentidos.



Homenagem a Almeida Garrett (4 de fevereiro de 1799)



São belas - bem o sei, essas estrelas,
Mil cores - divinais têm essas flores;
Mas eu não tenho, amor, olhos para elas:
Em toda a natureza
Não vejo outra beleza
Senão a ti - a ti!

Divina - ai! sim, será a voz que afina
Saudosa - na ramagem densa, umbrosa.
será; mas eu do rouxinol que trina
Não oiço a melodia,
Nem sinto outra harmonia
Senão a ti - a ti!

Respira - n'aura que entre as flores gira,
Celeste - incenso de perfume agreste,
Sei... não sinto: minha alma não aspira,
Não percebe, não toma
Senão o doce aroma
Que vem de ti - de ti!

Formosos - são os pomos saborosos,
É um mimo - de néctar o racimo:
E eu tenho fome e sede... sequiosos,
Famintos meus desejos
Estão... mas é de beijos,
É só de ti - de ti!

Macia - deve a relva luzidia
Do leito - ser por certo em que me deito.
Mas quem, ao pé de ti, quem poderia
Sentir outras carícias,
Tocar noutras delícias
Senão em ti! - em ti!

A ti! ai, a ti só os meus sentidos
Todos num confundidos,
Sentem, ouvem, respiram;
Em ti, por ti deliram.
Em ti a minha sorte,
A minha vida em ti;
E quando venha a morte,
Será morrer por ti.

Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas'

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O meu sentir.




Na minha mente sinto
o afago dos teus abraços
a quentura da tua boca...
Oiço longe a tua voz
sumida
ardente
rouca de paixão...
O que será de mim
o que será de nós...
Se o sentir está dentro de mim
sentindo eu
o que tu sentes
este desejo permanente
constante de te abraçar
e dizer baixinho
que te amo
constantemente....

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Ser Feliz é um Dever...




É difícil ser feliz; requer espírito, energia, atenção, renúncia e uma espécie de cortesia que é bem próxima do amor. Às vezes é uma graça ser feliz. Mas pode ser, sem a graça, um dever. Um homem ou mulher ,digno desse nome agarra-se à felicidade, como se amarra ao mastro em mau tempo, para se conservar a si mesmo e aos que ama. Ser feliz é um dever. É uma generosidade.

Louis Pauwels, in "Carta Aberta às Pessoas Felizes"

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Amar é preciso...




O eco do teu sorriso
flutua no ar
perde-se no vento
a ternura das tuas palavras
silenciam-se no tempo...
Grito ao tempo
e ao vento
quero um sorriso de volta
e que a ternura das palavras
ecoem em mim a todo o momento...

Silêncio
nas palavras
no sorriso
o sonho é uma constante
amar é preciso...

Literatura


O Anjo branco de José Rodrigues dos Santos.

Sinopse

vida de José Branco mudou no dia em que entrou naquela aldeia perdida no coração de África e se deparou com o terrível segredo. O médico tinha ido viver na década de 1960 para Moçambique, onde, confrontado com inúmeros problemas sanitários, teve uma ideia revolucionária: criar o Serviço Médico Aéreo.

No seu pequeno avião, José cruza diariamente um vasto território para levar ajuda aos recantos mais longínquos da província. O seu trabalho depressa atrai as atenções e o médico que chega do céu vestido de branco transforma-se numa lenda no mato.

Chamam-lhe o Anjo Branco.

Mas a guerra colonial rebenta e um dia, no decurso de mais uma missão sanitária, José cruza-se com aquele que se vai tornar o mais aterrador segredo de Portugal no Ultramar.

Inspirado em factos reais e desfilando uma galeria de personagens digna de uma grande produção, O Anjo Branco afirma-se como o mais pujante romance jamais publicado sobre a Guerra Colonial - e, acima de tudo, sobre os últimos anos da presença portuguesa em África.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Dentro de mim...




Escavando
entro nas minhas entranhas
procuro algo gravado
no fogo da minha alma...

Não sinto dentro de mim
o que me faz ser eu
apenas escuridão...

Luz
com o teu calor
faz derreter
a frieza que envolve
meu coração...

Vai ao centro do labirinto
abraçar o vazio
que lá bem no fundo
eu sinto
perdido
amedrontado
e frio...

sábado, 29 de janeiro de 2011

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Desejo em mim...





Há um desejo em mim
de ser como sou
mas não ser assim...
Há um desejo em mim
de ver o mundo como é
amá-lo de outra maneira
mas enfim...
Há um desejo em mim
que a amizade,o amor
floresçam
como as flores de um jardim...

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Amor vagabundo.




Perdi o caminho
quero agarrá-lo
mas escapa-se
o tempo imóvel
solitário
trespassa-me...

Morosamente corre
o amor e o tempo
pedra
a pedra
estrada fora
empurrados pelo vento...

Todos os caminhos
me servem
estrada de fogo
caminhos do mundo
caminhos que me levam
amor vagabundo...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Infinitude dos Amantes .



Se até agora ainda não possuo todo o teu amor,
Querida, nunca o terei de todo.
Não posso soltar mais um suspiro, comover-me,
Nem suplicar a mais outra lágrima que corra;
E todo o meu tesouro, que deveria comprar-te —
Suspiros, lágrimas, juras e cartas — já gastei.
Porém, nada mais me poderá ser devido,
Além do proposto no negócio acordado:
Se então a tua dádiva de amor foi parcial,
Que parte a mim, parte a outros, caberia,
Querida, nunca te possuirei totalmente.

Mas, se então me deste tudo,
Tudo seria apenas o tudo que ao tempo tinhas;
E se em teu coração, desde então, existe ou venha
A existir novo amor gerado por outros homens,
Cujos haveres estejam intactos e possam, em lágrimas,
Em suspiros, em juras e cartas, exceder a minha oferta,
Este novo amor pode suscitar novos receios,
Dado que um tal amor não foi jurado por ti.
Mas se foi, sendo as tuas dádivas gerais,
O terreno — o teu coração —, é meu, e o que quer
Que nele cresça, querida, pertence-me totalmente.

Porém, também não o quereria todo ainda,
Porque quem tudo tem nada mais pode possuir
E visto que o meu amor deve aceitar cada dia
Um novo aumento, deverias reservar-me novas recompensas.
Não podes dar-me o teu coração todos os dias,
Porque se pudesses, é porque nunca mo tinhas dado.
E tais são os enigmas do amor: ainda que teu coração parta,
Fica em casa; e ao perdê-lo, tu salvaste-o.
Mas nós encontraremos um caminho mais nobre
Que a troca de corações: poderemos uni-los, e assim
Seremos um, e o todo de cada um.

John Donne, in "Poemas Eróticos"

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Não Sei se Isto é Amor ...





Não sei se isto é amor. Procuro o teu olhar,
Se alguma dor me fere, em busca de um abrigo;
E apesar disso, crê! nunca pensei num lar
Onde fosses feliz, e eu feliz contigo.
Por ti nunca chorei nenhum ideal desfeito.
E nunca te escrevi nenhuns versos românticos.
Nem depois de acordar te procurei no leito
Como a esposa sensual do Cântico dos cânticos.
Se é amar-te não sei. Não sei se te idealizo
A tua cor sadia, o teu sorriso terno...
Mas sinto-me sorrir de ver esse sorriso
Que me penetra bem, como este sol de Inverno.
Passo contigo a tarde e sempre sem receio
Da luz crepuscular, que enerva, que provoca.
Eu não demoro a olhar na curva do teu seio
Nem me lembrei jamais de te beijar na boca.
Eu não sei se é amor. Será talvez começo...
Eu não sei que mudança a minha alma pressente...
Amor não sei se o é, mas sei que te estremeço,
Que adoecia talvez de te saber doente.

Camilo Pessanha, in 'Clepsidra'

domingo, 23 de janeiro de 2011

Metallica com a orquestra sinfónica de San Francisco



"Quem ouve música, sente a sua solidão de repente povoada."

sábado, 22 de janeiro de 2011

Amar...





Temos de amar e não deixar de viver ...

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Amar é Raro



Amar é dar, derramar-me num vaso que nada retém e sou um fio de cana por onde circulam ventos e marés. Amar é aspirar as forças generosas que me rodeiam, o sol e os lumes, as fontes ubérrimas que vêm do fundo e do alto, água e ar, e derramá-las no corpo irmão, no cadinho que tudo guarda e transforma para que nada se perca e haja um equilíbrio perfeito entre o mesmo e o outro que tu iluminas. Dar tudo ao outro, dar-lhe tanta verdade quanta ele possa suportar, e mais e mais; obrigar o outro a elevar-se a um grau superior de eminência, fulguração, mas não tanto que o fira ou destrua em overdose que o leve a romper o contrato — o difícil equilíbrio dos amantes! Amar é raro porque poucos somos capazes de respirar as vastas planícies com a metade do seu pulmão; e amar é raro porque poucos aceitam a presença do seu gémeo, a boca insaciável de um irmão que todos os dias o vento esculpe e destrói.

Casimiro de Brito, in 'Arte da Respiração'

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Rio de mágoas...



Entre as margens
da saudade
há um leito
que transborda
e inunda o meu peito...

Como um caudal de magia
trazido na corrente
numa longa travessia...

Rio
que vens da nascente
que corres
galopas
no interior da gente...

Porque me arrastas
nas águas
do teu rio
de mágoas...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A Chave do Desejo




Todos os desejos são contraditórios como o do alimento. Gostaria que aquele que amo me amasse. Mas se ele me for totalmente dedicado, deixa de existir, e eu deixo de o amar. E enquanto não me for totalmente dedicado, não me amará o suficiente. Fome e saciedade.
O desejo é mau e ilusório, mas, no entanto, sem o desejo não esquadrinharíamos o verdadeiro absoluto, o verdadeiro ilimitado. É preciso ter passado por isto. Infelizes os seres a quem o cansaço subtrai esta energia suplementar que é a fonte do desejo.
Infeliz, também, aquele a quem o desejo cega.
É preciso arrastar o desejo até ao eixo dos pólos.

Simone Weil, in 'A Gravidade e a Graça'

Literatura.


O Elefante Evapora-se de Haruki Murakami.


Sinopse

Num sufocante dia de Verão, um advogado põe-se à procura do seu gato e dá de caras com uma estranha rapariga num jardim abandonado nas traseiras de casa. Mais adiante, as dores provocadas a meio da noite pela fome levam um jovem casal de recém-cadasos a fazer uma incursão nocturna e a assaltar um McDonald’s para conseguir deitar a mão a trinta hambúrgueres Big Mac, realizando assim um secreto desejo que já vinha dos tempos da adolescência. Um homem fica obcecado pela misteriosa e incrível saga de um elefante que se desvanece em fumo e desaparece da noite para o dia sem deixar rasto. Sem esquecer as confidências de uma mulher casada e jovem mãe com insónias que passa as noites em claro, a ler Tolstoi, e acorda para a vida num mundo indefinido de semiconsciência em que tudo se afigura possível - até mesmo a morte.
Ao longo de dezassete pequenas histórias aparentemente banais, das muitas que povoam o nosso quotidiano, Haruki Murakami transporta o leitor à dimensão paralela de um imaginário delicioso e bizarro ao mesmo tempo, percorrendo um Japão que tem tanto de nostálgico como de moderno. »Muitas vezes divertidos, sempre comoventes», os dezassete contos desta colectânea são prova da extraordinária capacidade narrativa de Haruki Murakami.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Minha declaração de amor

Blogagem colectiva preposta por Nilce Gibson.
do blog a vida de uma guerreira
http://www.nilceguerreira.com


segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Pontes que nos atravessam.




Há em nós
uma ponte que nos separa
entre o amor e a solidão
um presente e um passado
cada um para seu lado
seguindo outra direcção...

Há em nós
uma ponte que nos atravessa
entre ruínas e escombros
sonho e promessa
num transpor de descaminhos...

Há em nós
pontes para um futuro
incerto desconhecido
margens do mesmo rio
caminho interrompido
sob as águas do infortúnio...

Há em mim
uma vontade de atravessar
cruzar a nossa ponte
vontade de te abraçar
seguir um novo horizonte.

domingo, 16 de janeiro de 2011

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O meu abraço de solidariedade




Não há desgraça no mundo, por maior que seja, que o amor e a solidariedade não ajude a suportar ...
O meu abraço solidário para todos os que sofrem com a recente catástrofe no Brasil.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Pêndulo.




Flutuo
balanço
sou um sonhador
sou vida
na corda bamba
do amor...

Equilíbrio
quando amado
no amor
amarrado
sou pêndulo partido
desengonçado...

Sou destino
sou o caminho
pêndulo que manda a vida
sonho acordado
sou alma perdida
sou fado...

Sou pêndulo
entre o sorriso e o pranto
silêncio imóvel
na suspensão do firmamento
Sou a tua sombra
teu desencanto
amor e sentimento...

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Amar é Pensar.




Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura dela,
E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontro a ela.
Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me fala,
E em cada pensamento ela varia de acordo com a sua semelhança.
Amar é pensar.
E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.
Não sei bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso senão nela.
Tenho uma grande distração animada.
Quando desejo encontrá-la
Quase que prefiro não a encontrar,
Para não ter que a deixar depois.
Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero.
Quero só Pensar nela.
Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar.

Alberto Caeiro, in "O Pastor Amoroso"
Heterónimo de Fernando Pessoa

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Amor de Lua.




Suspensa a lua
ilumina
a minha rua
por detrás
da janela
olho-a
é bela...
Lua feiticeira
á noite
és sempre a primeira
com o teu esplendor
a iluminar
o amor...
Amor doce
em quarto crescente
amargo
em quarto minguante
quente quando presente
frio quando distante...
Amor de lua
que moras
noutra rua
ausente
carente
de carícia tua.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Memória do teu corpo.


Tenho nas mãos
a memória do teu corpo
adio o sonho
invento palavras
escondo o meu rosto
por detrás de um ar risonho
escondendo o meu desgosto...
Nem sempre se ama
quando se quer
flutuo nas incertezas
tacteando os meus pensamentos
no teu corpo
mulher...

domingo, 9 de janeiro de 2011

Concerts - Scorpions - Wind Of Change (live)

Literatura


Em Nome da Terra de Vergílio Ferreira



O romance Em Nome da Terra de Virgílio Ferreira é um poema ao corpo. Corpo deformado, envelhecido pelo tempo, corpo belo da juventude, corpo eterno.

João, o protagonista viúvo, reformado e carcomido pela idade, recolhe-se a uma casa de repouso para não ser um peso à família e à sociedade. À filha Márcia deixara-lhe tudo: a casa, os móveis, os livros. Consigo levou apenas a memória, um Cristo mutilado, um desenho de Dürer, uma estampa a cores de um fresco de Pompeia associados em tríptico, e um concerto para oboé de Mozart.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Não se Ama uma Pedra



Amar é reconhecer nos outros um ser misterioso, e não um objecto - tu eras uma vibração à tua volta, não a estreita presença de um corpo. Aqueles que não amamos nem odiamos são nítidos como uma pedra. Sentir neles uma pessoa é começar a amar ou a odiá-los. Só amamos ou odiamos quem é vivo para nós. («Nunca amaste ninguém...»).

Vergílio Ferreira, in 'Estrela Polar'

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Quero sim.




"Danço
rodopio
não me canso
nos teus braços
enleado canto
quero amar-te eternamente."

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O Amor não Tem nada que Ver com a Idade




Penso saber que o amor não tem nada que ver com a idade, como acontece com qualquer outro sentimento. Quando se fala de uma época a que se chamaria de descoberta do amor, eu penso que essa é uma maneira redutora de ver as relações entre as pessoas vivas. O que acontece é que há toda uma história nem sempre feliz do amor que faz que seja entendido que o amor numa certa idade seja natural, e que noutra idade extrema poderia ser ridículo. Isso é uma ideia que ofende a disponibilidade de entrega de uma pessoa a outra, que é em que consiste o amor.

Eu não digo isto por ter a minha idade e a relação de amor que vivo. Aprendi que o sentimento do amor não é mais nem menos forte conforme as idades, o amor é uma possibilidade de uma vida inteira, e se acontece, há que recebê-lo. Normalmente, quem tem ideias que não vão neste sentido, e que tendem a menosprezar o amor como factor de realização total e pessoal, são aqueles que não tiveram o privilégio de vivê-lo, aqueles a quem não aconteceu esse mistério.

José Saramago

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Á noitinha...



Gosto á noite
De ouvir o cantar do mar
O quebrar das ondas uma a uma
Que se desfazem em espuma
Na areia da praia
Á luz do luar…

Da brisa marinha
Do teu cheiro a maresia
Quando á noitinha
Na bonança do temporal
me sacio no teu corpo
Com sabor a sal…

Do murmúrio do vento
Entre o amor e os ais
No enrolar das ondas
No rebolar dos corpos
Por entre as dunas e canaviais…

Gosto das noites claras
Da tua madrugada de amar
Quando sonhas que navegas
Timoneira que me levas
Nas tuas águas doces do mar...

Estou de volta.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

sábado, 25 de dezembro de 2010

sábado, 18 de dezembro de 2010

Férias.

Encerrado para férias reabre a 4 de Janeiro de 2011.






"Oxalá pudéssemos meter o espírito de natal em caixas e abrir uma caixa em cada mês do ano."

Feliz Natal e um ano novo cheio de amor, paz e felicidade.

Obs:Sempre que puder vou passar por aí.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Natal...




"Nesta altura do ano (Natal) criámos esta necessidade de darmos palmadinhas nas costas uns dos outros, de nos ofertarmos como se fossemos irmãos, apesar de no resto do ano termos andado mutuamente a planear homicídios de carácter. "

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O Amor é Muito Difícil



Penso que o amor é muito difícil. Existem muitos obstáculos a que possa ser o absoluto que é. A palavra amor é uma palavra muito gasta, muito usada, e muitas vezes mal usada, e eu quando falo de amor faço-o no sentido absoluto... há uma série de outros sentimentos aos quais também se chama amor e que não o são. No amor é preciso que duas pessoas sejam uma e isso não é fácil de encontrar. E, uma vez encontrado, não é fácil de fazer permanecer.

José Luís Peixoto, in 'Notícias Magazine (2003)'

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Natal é sempre que um homem quiser...




A vida renova
com vida nova
e só assim faz sentido
nascer
viver
morrer
mas para que a vida faça sentido
é preciso dar sentido á vida...
Não interessa apenas dizer
de palavras está o mundo cheio
há que fazer
por nós
pelos outros
para que possamos todos viver
em harmonia
paz
e alegria...
O natal está aí
crianças no aconchego do seu lar
escrevem cartas ao pai Natal
no bairro de lata
ouvem-se crianças a chorar
querem comer não têm pão
rezam e não sabem porque razão
uns têm tudo
e outros não...

E no interior do meu ser
sinto o grito
do poeta
Natal é sempre
que um homem quiser...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Vida.


Vejo-te tão pequenino
mas sei que serás grande
no amor
na humildade
no respeito
a vida é um circo
serás mais um actor
sentirás tristeza
alegria e amor
dentro do teu peito...
Quero para ti
uma nova vida
um novo sentir
sempre que precisares de mim
eu estarei aqui
para te guiar pela verdade
mostrar como é simples
a sinceridade
que nem sempre o mundo
é cor de rosa
também há falsidade...
Quero que cresças em paz
com carinho
e que todas as crianças
tenham o seu ninho
que vais á escola
que jogues á bola
que respeites o teu professor
para que sejas um homem
seja aonde for...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Chegou a cegonha...




Comunico a chegada do tão esperado neto (Rafael Marques.)Antecipou a sua vinda em três semanas mas nasceu lindo e com saúde. Que esta linda criança cresça com muita saúde e encha a todos de muita alegria.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Fazer o que ainda não foi feito...

Os círculos da vida...




"Vivo a minha vida em círculos cada vez maiores , que se estendem sobre as coisas. Talvez não possa acabar o último, mas quero tentar."

sábado, 11 de dezembro de 2010

Não há Nada que Resista ao Tempo




Não há nada que resista ao tempo. Como uma grande duna que se vai formando grão a grão, o esquecimento cobre tudo. Ainda há dias pensava nisto a propósito de não sei que afecto. Nisto de duas pessoas julgarem que se amam tresloucadamente, de não terem mutuamente no corpo e no pensamento senão a imagem do outro, e daí a meia dúzia de anos não se lembrarem sequer de que tal amor existiu, cruzarem-se numa rua sem qualquer estremecimento, como dois desconhecidos.
Essa certeza, hoje então, radicou-se ainda mais em mim.
Fui ver a casa onde passei um dos anos cruciais da minha vida de menino. E nem as portas, nem as janelas, nem o panorama em frente me disseram nada. Tinha cá dentro, é certo, uma nebulosa sentimental de tudo aquilo. Mas o concreto, o real, o número de degraus da escada, a cara da senhoria, a significação terrena de tudo aquilo, desaparecera.

Miguel Torga, in "Diário (1940)"

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A Realidade do Amor




Que sempre existam almas para as quais o amor seja também o contacto de duas poesias, a convergência de dois devaneios. O amor, enquanto amor, nunca termina de se exprimir e exprime-se tanto melhor quanto mais poeticamente é sonhado. Os devaneios de duas almas solitárias preparam a magia de amar. Um realista da paixão verá aí apenas fórmulas evanescentes. Mas não é menos verdade que as grandes paixões se preparam em grandes devaneios. Mutilamos a realidade do amor quando a separamos de toda a sua irrealidade.

Gaston Bachelard, in ' A Poética do Devaneio'

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O tempo já não dá tempo ao tempo ...




O tempo passa
como a água do rio
no aconchego do seu leito
escoa lágrimas da vida
de dentro do peito...
Tempo que tudo arrasta
intemporal para os amantes
entre alegria e tristezas
vida de incertezas
nada deixas como antes...
Deixas marcas
feridas por cicatrizar
boas recordações
muitas emoções
e segues sem parar...
Corres e desgastas
como as pedras do rio
desgastadas pela corrente
como um amor fugidio
e segues em frente...
O tempo já não dá tempo ao tempo
o tempo que era já se foi
são apenas os momentos
parados no tempo
que por vezes dói...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O meu acordar...



A vida é um sonho
do que o amor é sonho
é o adormecer abraçado de fantasia
é o sonhar em amar
de noite e de dia...
É crer no amor e nos sonhos
em noites tristes
em dias risonhos
é amar-te
é sonhar que existes...
És sono e sonho
no meu adormecer
és vida e meu fado
insónia em noite de lua cheia
o meu renascer...
És a esperança
do meu acordar
tempestade bonança
o sol que nasce
o meu respirar...
És sonho sonhado
és a noite e o meu dia
meu sonho acordado
a minha alegria...
És o meu jardim
a minha flor
sonho do tamanho do mundo
és polén do meu amor
o meu sentir profundo...
E tu já não és um sonho
és apenas o meu sonhar
a razão da minha vida
a minha flor preferida
o meu acordar...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Presente.


recebi este selo de presente da Zil Mar do blog ...rEcOmeçAr...

http://euemmim-recomecar.blogspot.com

Obrigada pela partilha.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Desejo de te amar...


Na lareira onde me aqueço
vejo-te meu anjo
com asas de fogo
não sei se te mereço
sei apenas que te amo
que nunca te esqueço...
Nas chamas quentes
aconchego meu corpo no teu
nossos corpos ausentes
mas que se sentem
no fogo que ardeu...
Lareira incandescente
o rubor da minha face
meu coração quente
o querer somente
um feliz desenlace...
Na fogueira do nosso amor
sinto o teu ardor
o fogo a crepitar
as chamas do meu vigor
o desejo de te amar...

domingo, 5 de dezembro de 2010

Excesso de Volúpia



A volúpia carnal é uma experiência dos sentidos, análoga ao simples olhar ou à simples sensação com que um belo fruto enche a língua. É uma grande experiência sem fim que nos é dada; um conhecimento do mundo, a plenitude e o esplendor de todo o saber. O mal não é que nós a aceitemos; o mal consiste em quase todos abusarem dessa experiência, malbaratando-a, fazendo dela um mero estímulo para os momentos cansados da sua existência.

Rainer Maria Rilke, in 'Cartas a um Jovem Poeta'

sábado, 4 de dezembro de 2010

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Lembro-me de ti...


O dia amanhece branco , frio
lembro-me de ti
minha alma quente
de contente sorri...
A neve cai
inspiro os cheiros da vida
a tempestade acalma
apenas rumores
de pássaros silenciosos
cantando o silêncio das flores...
Da minha janela
olho o mundo
nuvens brancas libertam pedaços do céu
que flutuam entre a esperança e o temor
fecho os olhos
respiro fundo
sinto o amor...

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Antonio Poteiro - Bumba Meu Boi

Blogagem colectiva.

Minha Ideia é Meu Pincel







Bumba,bumba meu boi
toca a bumbar
hoje é dia de festa
vamos lá dançar

Dança o Bastião
a pastorinha e o dono do boi
padre,doutor e sacristão
sempre assim foi.

Dança o amo,dono da fazenda
pai Chico e Catirina
que espera uma prenda
comer lingua do boi fininha.

Dança os vaqueiros
indio,india e caboclo
senhoras e cavalheiros
todo o mundo dança neste circo.

E nesta roda viva
bumba e toca a bumbar
nada de andar á deriva
ter sempre par para dançar.

Neste foclore de cores
tudo acaba em bem
todos são vencedores
e o boi não é para ninguém.

Literatura.


Sinopse

No início de Agosto de 1966, García Márquez e Mercedes foram aos correios enviar o manuscrito terminado de Cem Anos de Solidão para Buenos Aires. Pareciam dois sobreviventes de uma catástrofe. O embrulho continha 490 páginas dactilografadas. O funcionário que estava ao balcão disse: «Oitenta e dois pesos.» García Márquez observou Mercedes a procurar o dinheiro na carteira. Tinham apenas cinquenta pesos, e só puderam enviar cerca de metade do livro: García Márquez pediu ao homem que estava do outro lado do balcão para tirar folhas como se fossem fatias de toucinho fumado, até os cinquenta pesos serem suficientes. Voltaram para casa, empenharam o aquecedor, o secador de cabelo e o liquidificador, regressaram aos correios e enviaram a segunda parte. Ao saírem dos correios, Mercedes parou e voltou-se para o marido: «Hei, Gabo, agora só nos faltava que o livro não prestasse.»

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Tempestade passageira.





Num turbilhão de idéias
uma tempestade se abate em mim
será loucura de amor
num caos tempestivo
ou furacão passageiro
neste grito de dor.
Nesta avalanche temporal
procuro onde me recolher
talvez num mar calmo,
sereno
com ventos que não me façam tremer
e onde tudo o que sinto
angústia
mágoa
não passe de uma pequena tormenta
em mar raso
de um copo de água...